Há melhoria nas taxas de aleitamento exclusivo
Mais de metade das crianças moçambicanas alimenta-se apenas de leite do peito nos primeiros seis meses de vida, o que tem contribuído para a melhoria de saúde e de sobrevivência do bebé e da mãe.
A informação foi avançada ontem em Maputo pela ministra da Saúde, no lançamento da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que decorre sob o lema “Amamentação: a base para a vida”.
“A amamentação é uma solução universal que dá a todos um bom começo da vida e estabelece a base para uma boa saúde e sobrevivência de crianças e das mulheres”, disse
Nazira Abdula.
Explicou que Moçambique tem vindo a realizar várias iniciativas para garantir que as mães amamentem os seus filhos, a exemplo de criação de cantinhos de amamentação, onde as mulheres aprendem a alimentar correctamente os seus filhos e partilham experiências, campanhas, extensão de 60 para 90 dias a licença de maternidade. Este trabalho tem-se traduzido na melhoria das taxas de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, assim como do continuado até aos 21 meses de vida.
Não obstante estes avanços, Nazira Abdula referiu-se à persistência de práticas culturais relacionadas com cuidados e alimentação das crianças, assim como a venda de fórmulas infantis e de outros substitutos do leite materno que têm contribuído para o abandono do aleitamento materno exclusivo e continuado.
Na ocasião, Maryvonne Christ, encarregada de Negócios do Fundo das Nações Unidas para a Infância em Moçambique, explicou que cumprir o aleitamento materno exclusivo pode salvar a vida de mais de um milhão de bebés no mundo.
“Dados mostram que, globalmente, o aumento do aleitamento materno poderá prevenir a morte de 823 mil crianças e 20 mil mortes maternas anualmente. A falta de amamentação está associada a baixos níveis de desenvolvimento da criança e corresponde a perdas económicas de cerca de 302 mil milhões de dólares anualmente, no mundo”, observou.