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Governos africanos instados a dar valor a opinião pública

03/08/2016 08:46
Governos africanos instados a dar valor a opinião pública

Os governos africanos são instados a avaliar e a seleccionar as contribuições resultantes dos frequentes debates públicos e a aplicarem-nas na melhoria das suas políticas e, consequentemente, no respectivo modo de actuação.

Procedendo assim, os governos estariam a incentivar e a colocar o cidadão a participar activamente na boa governação.
O apelo foi feito durante um debate promovido hoje, em Maputo, pelo Instituto Superior Maria Mãe de África (ISMMA), sob lema “A Ética Governativa em África: Perspectivas e Desafios”. O evento ocorreu no âmbito das IV Jornadas Científicas que decorrem desde hoje até quinta-feira.
Alfredo Manhiça, professor e orador do evento, disse que o “uso excessivo” do informal em detrimento do formal é um dos principais obstáculos da boa governação em África.
Segundo Manhiça, os governos africanos têm instituições públicas e leis muito bem elaboradas, mas não são cumpridas e as instituições não funcionam devidamente.
“Funciona a vontade e o interesse de quem tem o poder ou de quem tem o controlo das instituições públicas existentes. Esse, para mim, é o obstáculo fundamental da boa governação em África”, referiu Manhiça.
A fonte considera que, no caso concreto de Moçambique, todas as análises e ou estudos feitos parecem não ter nenhum efeito aos decisores políticos.
E, por essa razão, Manhiça observa que as contribuições surgidas no debate sobre ética governativa em África vão servir pouco, hoje. Contudo, elas ajudarão muito já que vão construindo determinada opinião no seio dos jovens que, doravante, serão servidores públicos.
“Um governo que procura o bem da colectividade deve esforçar-se em ouvir a opinião pública, o sentimento do público, porque não só representa o bem para os governados, como também para quem governa. Quando se ignora, completamente, o parecer do público, é negativo para um Estado”, concluiu ele.
Um dos temas debatidos à luz do lema é a “Ética Governativa: Desafio do Serviço ao Homem”. 
Sobre este tema, a oradora Imaculada da Conceição disse ter-se como finalidade resgatar, urgentemente, o aspecto ético na governação, em busca de um verdadeiro sentido de governação em África.
“A ética governativa é a bússola que orienta quem tem a responsabilidade de servir. A ausência da ética na governação leva ao caos. A ética governativa é também um meio para a pacificação na medida em que promove o bem-estar, progresso humano e espiritual de todos os homens”, sublinhou.
O objectivo do evento, em que participaram estudantes, docentes e sociedade, em geral, é analisar a ética governativa em África, identificar os pressupostos da ética governativa, reflectir sobre os desafios e perspectivas da ética governativa em África, debater os desafios éticos da governação em Moçambique e analisar a ética governativa à luz da Sagrada Escritura.
(AIM)