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Governo vai normalizar qualidade no sector de transportes

23/05/2017 09:18
Governo vai normalizar qualidade no sector de transportes

O Governo está a elaborar padrões de certificação e qualidade de metrologia para o sector dos transportes como forma de tentar reduzir os acidentes de viação, garantir uma melhor provisão de serviços seguros e dinamizar a economia nacional.

A acção está sendo realizada pelo Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ), uma instituição tutelada pelo Ministério da Indústria e Comércio (MIC).
Para o efeito, o INNOQ juntou hoje empresários do sector de transportes e parceiros de cooperação para, em conjunto, encontrarem melhores formas de medir e normalizar a qualidade dos serviços.
O encontro, também serviu para assinalar o Dia Mundial de Metrologia, um evento que decorreu sob o lema "As medições para os transportes".
Segundo o vice-ministro da Indústria e Comércio, a reflexão surge por se ter constatado que os serviços prestados na área dos transportes públicos de passageiros estão aquém daquilo que seria de desejar, que se reflecte em elevados índices de sinistralidade. Os acidentes incluem os transportes terrestres e marítimos, a maioria dos quais deve-se a falta de qualidade.
No que concerne aos acidentes de viação disse todos os dias ocorrem sinistros resultantes da falta de normalização, medição e certificação dos carros que se fazem à via.
Por isso, o facto de os transportes serem um sector chave para a economia moçambicana representa um grande desafio para o INNOQ, no sentido de garantir a observância das normas e medidas reconhecidas para o bem dos cidadãos.
Para Ragendra de Sousa, a intervenção do INNOQ no sector dos transportes é significativa, porque a medição, certificação e normalização de qualidade permitem que o sistema funcione de forma equilibrada. 
"Sem metrologia, sem padronização e sem certificação não é possível fazer o comércio normal e moderno. Precisamos o mais urgente possível da certificação e normalização na área dos transportes", disse.
O governante exprimiu a sua satisfação pelo facto de haver sinais positivos nesse sentido, mas que ainda não são suficientes, tais como a obrigatoriedade de os carros serem submetidos periodicamente à inspecção.
"Alguma coisa já foi feita: somos obrigados a levar os carros à inspecção. É uma forma de medição", sublinhou.
Aproveitou a oportunidade para exortar ao INNOQ para actuar com elevado profissionalismo e sentido de responsabilidade. 
O vice-ministro aproveitou a oportunidade para questionar o facto de os mini-buses e autocarros privados de transportes semicolectivos de passageiros possuírem vinhetas que provam terem sido inspeccionados, mas não têm faróis, cheiram a fumo e ostentam outras deficiências graves. "Este é mais um exemplo para perceber o papel e a importância de medição feita com profissionalismo", disse.
Ragendra de Sousa também fez referência ao curto tempo de vida em Moçambique de uma viatura, do mesmo fabricante, comparativamente aos EUA. 
Explicou que isto acontece porque nos EUA existe um sistema de normalização e qualidade que funciona devidamente. 
É preciso que funcione também em Moçambique. Porque se não cuidarem da normalização, medição e certificação, os carros que parecem iguais aos que circulam nos EUA aqui não duram muito, vincou.
Por isso, a fonte exortou ao INNOQ a redobrar a responsabilidade para que cada certificação seja credível para que o mercado possa funcionar na sua plenitude.
Por seu turno, a directora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Moçambique, Sheryl Strumbras, destacou a importância dos padrões de certificação e qualidade de metrologia na dinamização da economia nacional.
Segundo a fonte, Moçambique poderá beneficiar muito do comércio global, se proporcionar serviços de transportes eficientes e rentáveis.
Como é que um transportador pode provar se os seus serviços são seguros? Como é que o país pode garantir que os transportes contêm o que foi prometido e nada mais? É preciso que se trabalhe dentro de normas e medidas reconhecidas e aplicadas para facilitar a vida das pessoas, recomendou.
Stumbras incentivou ao INNOQ a pensar nos transportes como uma verdadeira facilitação do comércio e criação de emprego e, principalmente, como dinamizador dos serviços para toda a economia. 
A fonte informou que os ganhos a serem obtidos quando os transportes forem eficientes irão superar em muito quaisquer perdas individuais que possam advir, pelo que desafiou ao INNOQ a levar a peito a questão dos padrões de certificação e qualidade de metrologia.
(AIM)