Governo projecta SOALPO como Zona Económica Especial
O bairro da Soalpo, na capital provincial de Manica, Chimoio, centro de Mçambique, será transformado em Zona Económica Especial, segundo anúncio feito quinta-feira pelo Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante um encontro com antigos trabalhadores da fábrica Textáfrica, gigante da indústria têxtil paralisado há cerca de 20 anos.
A ideia de transformar o bairro em zona franca industrial é, segundo Carlos Agostinho do Rosário, criar condições para que ocorram investimentos nacionais e estrangeiros que possibilitem o surgimento de empresas e consequente geração de emprego para os habitantes locais, em especial os jovens, alguns dos quais são descendentes de antigos trabalhadores da empresa.
Nesta perspectiva, citado pelo "Notícias", Carlos Agostinho do Rosário anunciou que todos os empreendimentos industriais, comerciais e de outra natureza que forem implantados na futura Zona Económica Especial da Soalpo serão isentos de impostos e direitos aduaneiros na importação de equipamentos, de modo a facilitar os investidores que queiram apostar naquela área.
O Governo, segundo o Primeiro-ministro, compromete-se a prosseguir com esforços visando identificar parceiros que possam investir na Zona Económica Especial da Soalpo.
Na ocasião, Carlos Agostinho do Rosário anunciou que o Governo já pagou um milhão de dólares norte-americanos ao Banco Internacional de Moçambique (BIM), montante que a Textáfrica tinha como dívida com esta instituição financeira, resultante de um crédito contraído com garantia composta pelas casas onde actualmente residem os antigos trabalhadores.
O valor, segundo o governante, foi pago através do Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE), facto que vai permitir que as casas passem a ser propriedade dos ex-trabalhadores. Neste sentido, anunciou estar em curso o processo de atribuição de títulos de propriedade dos imóveis aos novos donos.
Numa primeira fase, segundo o Primeiro-ministro, serão entregues próxima semana 50 casas a igual número de famílias moradoras do bairro, estando em curso o processo de registo de herdeiros para efeitos de atribuição de documentos das casas remanescentes.
Paulo Sandramo, administrador da Textáfrica e representante dos trabalhadores, reagiu ao anúncio do Primeiro-Ministro saudando o esforço do Governo e afirmou que se trata de uma das saídas mais promissoras encontradas para pôr fim ao estado de abandono em que se encontra a empresa Textáfrica, cuja falência colocou mais de três mil pessoas no desemprego.
Apelou aos trabalhadores para continuarem a colaborar com o Governo nesta empreitada, afirmando ser importante acarinhar a iniciativa por ser benéfica para dinamizar a Soalpo.
(AIM)