Governo procura saídas para Textáfrica
O Governo está à procura de soluções para reactivar a Textáfrica do Chimoio, gigante da industrial têxtil nacional que fechou as portas há mais de 25 anos, empurrando mais de três mil trabalhadores para o desemprego.
O facto foi anunciado ontem pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que se encontra de visita à província de Manica, no quadro da qual orienta, esta manhã, no Posto Administrativo de Rotanda, distrito de Sussundenga, as cerimónias centrais de abertura do ano lectivo de 2018.
Falando a jornalistas no Chimoio, o Primeiro-Ministro disse que se deslocou à empresa Textáfrica “mandatado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, a fim de compreender o dossier, com vista a que a firma volte a laborar e dar emprego.”
“Viemos aqui para reunir com o Governo, gestores e outros intervenientes no processo, para compreendermos a situação e tomar as medidas que se afigurarem pertinentes com vista a reanimar o monstro adormecido, no sentido de que venha a laborar e dar emprego”, explicou Carlos Agostinho do Rosário.
Momentos após visitar as instalações da fábrica, o Primeiro-Ministro reuniu-se com representantes da empresa, do governo provincial e do Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE) para se informar do dossier, naquilo que constitui o início de um processo que, segundo Carlos Agostinho do Rosário, “vai permitir ver qual é a saída a ser adoptada para efectivar a iniciativa.”
A Textáfrica ficou paralisada há mais de 25 anos e, para garantir o processo de liquidação da empresa e pagamento da indemnização aos trabalhadores, aquela unidade fabril recorreu ao Millenium Bim, que concedeu um empréstimo no valor de um milhão e 100 mil dólares norte-americanos, tendo como garantia as casas da empresa localizadas nos bairros A e B da cidade do Chimoio.
Há dias o banco ameaçou despejar os trabalhadores e vender as casas e um outro activo patrimonial da empresa como forma de reaver o empréstimo. É na sequência disso que o governo decidiu intervir com vista a encontrar-se uma solução negociada que possa garantir que o banco não perca os valores e a empresa volte a funcionar.
O Primeiro-Ministro não avançou os montantes a serem investidos para o efeito, insistindo que é vontade e responsabilidade do governo encontrar um meio-termo, que permita que a fábrica volte a laborar e dar emprego.
Paulo Sandramo, antigo administrador da empresa, disse ao “notícias” que apesar de ser onerosa, a iniciativa do Governo há-de valer a pena uma vez que representa uma lufada de ar fresco aos antigos trabalhadores, que corriam o risco de serem despejados das suas casas, e aos jovens que poderão encontrar emprego nesta firma.
Ontem, o Primeiro-Ministro orientou uma sessão extraordinária do governo provincial, visitou as obras de reabilitação e melhoramento da N6, bem como empreendimentos agro-pecuários no distrito de Vanduzi.
Nestes locais, o Primeiro-Ministro manifestou-se satisfeito pelo empenho do governo no cumprimento do programa quinquenal e, em encontros com a população, vincou a necessidade de os moçambicanos cimentarem o espírito da paz, perdão, diálogo e reconciliação, elementos que classificou de fundamentais para a edificação de uma nação próspera e unida.
Afirmou ser este o desiderato do Chefe do Estado Filipe Nyusi que, segundo ele, tem trabalhado arduamente para a paz e reconciliação dos moçambicanos, por compreender que a guerra não constrói, mas apenas destrói, cria ódio entre compatriotas e atrasa o desenvolvimento económico e social do país.