Governo pede mais tempo para analisar proposta da Renamo
Os mediadores da Comissão Mista concordam que a metodologia mais eficaz para analisar a proposta relativa a nomeação de governadores provisórios para as seis províncias das regiões centro e norte, onde o maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, alega ter ganho nas eleições gerais de 2014, consiste em aguardar pela posição do Governo para que as decisões de ambas partes sejam consensuais.
A Comissão Mista, que esteve reunida hoje, em Maputo, para analisar a proposta da Renamo tem como principal missão preparar o encontro ao mais alto nível entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e é constituída por mediadores, indicados por ambas as partes.
Falando à imprensa, momentos após o término do encontro, o porta-voz da Comissão Mista, Mario Rafaelli, explicou que o Presidente da República, Filipe Nyusi, enviou uma mensagem, através da delegação do Governo, pedindo mais tempo para analisar a proposta da Renamo.
O Presidente da República (Filipe Nyusi) indicou que está a analisar a proposta e precisa de mais tempo. Trata-se de uma proposta muito importante e sensível, disse Rafaelli, para de seguida explicar que é compreensível que o governo precise de mais tempo para analisar e decidir.
O mesmo sentimento é partilhado pelos mediadores que concordaram que é melhor esperar pela proposta do Governo, como forma de fazer (tomar) a decisão com ambas posições na mesa, disse Rafaelli, que se escusou a responder perguntas dos jornalistas presentes na conferência de imprensa.
Fez questão de recordar que a agenda da reunião de hoje consistia em discutir a reacção de ambas delegações sobre a referida proposta.
A Renamo chegou com uma posição, disse, sem no entanto apontar a posição do maior partido da oposição.
A posição que a Renamo tem tomado baseia-se em governar as seis províncias até Novembro do corrente ano, segundo avançou aquando da submissão da proposta no diálogo político.
Rafaelli anunciou que a próxima reunião da Comissão Mista terá lugar na próxima sexta-feira em Maputo.
Sobre o terceiro ponto da agenda do diálogo político, mais concretamente o desarmamento e enquadramento da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), Rafaelli não chegou a abordar o assunto.
Na sessão anterior, a fonte afirmara que a Comissão continua a aguardar pela recepção do documento do maior partido da oposição.
Como sabe, estamos a espera dos documentos que a Renamo deve depositar. Entregaram dois documentos. Falta um, disse na altura, escusando-se a elaborar.
Com efeito, a Renamo deverá apresentar, na Comissão Mista, um documento-modelo para a rectificação das alegadas irregularidades cometidas na implementação do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em 1992.
O referido instrumento visa integrar, ou reintegrar ou confirmar a integração de elementos da Renamo em particular nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Refira-se que a Comissão Mista iniciou há oito dias, a discussão do terceiro ponto da agenda. O primeiro ponto refere-se a governação das seis províncias e o segundo sobre a cessação das hostilidades militares, o desarmamento da Renamo.
(AIM)