Governo negoceia reinício do transporte de carvão através da linha de Sena
O governo de Moçambique está a negociar com a empresa mineira Vale Moçambique o reinício do transporte de carvão extraído em Moatize, província central de Tete, através da linha de caminho-de-ferro do Sena.
O Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse ter tido um encontro com representantes do grupo brasileiro Vale, a quem, segundo o jornal O Pais, garantiu o envolvimento das autoridades moçambicanas na protecção da linha para permitir que as operações ferroviárias sejam retomadas.
A mineradora Vale Moçambique decidiu suspender o envio do carvão para o porto da Beira há cerca de dois meses, na sequência de ataques contra as composições ferroviárias, de que resultaram alguns feridos ligeiros para alem de danos materiais.
A linha de Sena, com 357 quilómetros, liga o porto da Beira, via Dondo, ao Malawi, dispondo ainda do ramal Inhamitanga/Marromeu (88 quilómetros) e do troço Dona Ana/Moatize (254 quilómetros), constituindo a espinha dorsal da região centro de Moçambique e do vale do Zambeze, em particular.
O ministro, citado pela Voz da América, disse ainda que a paralisação dos comboios com carvão está a causar prejuízos à empresa estatal Portos e Caminho-de-ferro de Moçambique, estimados em cerca de 50 milhões de dólares.
Na madrugada de quinta-feira, homens armados da Renamo atacaram uma locomotiva pertencente a mineradora Vale Moçambique, provocando um ferido ligeiro, no posto administrativo de Mutuali, distrito de Malema, na província setentrional de Nampula.
A informação foi confirmada em conferência de imprensa pelo porta-voz da PRM no comando provincial de Nampula, Zacarias Nacute. que explicou que o ataque ocorreu cerca de 01h00 local de quinta-feira. Além de causar danos na parte frontal da locomotiva, os estilhaços do vidro acabaram atingindo o maquinista que contraiu ligeiros ferimentos.
O ataque incidiu sobre uma locomotiva que transportava carvão mineral pertencente a empresa mineradora Vale. No momento da sua incursão, os homens dispararam contra o vidro frontal da locomotiva. Os estilhaços atingiram e feriram ligeiramente o maquinista, explicou Nacute.
Segundo a fonte, os homens armados da Renamo ainda tentaram, sem sucesso, incendiar a locomotiva.