Governo aposta em projectos de desenvolvimentos das comunidades

O objectivo dos referidos projectos é garantir maior produção e produtividade para estimular o desenvolvimento socio-económico das comunidades. 
O facto foi anunciado, hoje, pela directora executiva do Fundo Nacional de Investigação (FNI), Vitória Langa , durante as décimas jornadas científicas e quartas regionais, que decorre desde Quarta-feira, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, Sul de Moçambique.
A fonte disse que os projectos a serem financiados resultam de uma selecção de pouco mais de 200 propostas que foram submetidas por vários investigadores ao FNI, durante a nona chamada de projectos para financiamento, havida em Março e Abril últimos.
“Recebemos mais de 200 propostas e separamos por áreas. Formámos os painéis de avaliação que vão dar os resultados e, posteriormente, celebrarão os contratos com as instituições proponentes para, depois, fazermos a transferência de fundos para a implementação dos projectos”, explicou.
A directora do FNI referiu também que a instituição que dirige conta com uma parceria da Alemanha, que vai financiar nove projectos para o sector agrário. 
Para o efeito, nove investigadores moçambicanos deverão deslocar-se à Alemanha em Julho próximo, para que junto dos seus homólogos alemães possam finalizar os requisitos necessários de desenvolvimento de projectos conjuntos. 
“São projectos que poderão durar três ou quatro anos e vão drenando resultados parciais. Com Alemanha trabalharemos só na área da agricultura”, disse Vitória Langa, acrescentando que, posteriormente, o FNI poderá abrir outra janela com Japão que será na área de infra-estruturas.
Questionada pela AIM sobre o orçamento destes projectos, a fonte disse que varia de um a seis milhões de meticais (uma dólar vale cerca de 59 meticais ao câmbio do dia), de acordo com a especificidade de cada projecto.
“Os projectos de inovação e transferência de tecnologia podem concorrer aos fundos até um limite máximo de 1.5 milhão de meticais, os de investigação podem concorrer a partir de 2.5 milhões para uma duração de dois anos da implementação e seis milhões para um período de três anos”, revelou os dados.
O maior desafio, segundo a fonte, consiste na articulação da investigação com o empresariado, bem como com a comunidade, para que as soluções produzidas pela ciência sejam usadas e produzam o impacto necessário na vida quotidiana da sociedade.
A governadora da província de Gaza, Stella Pinto Zeca, desafiou, por seu turno, ao FNI a não garantir apenas a publicação de artigos e livros científicos, mas também que essas divulgações contribuam na mudança da vida das populações e no seu desenvolvimento.
A governante vincou que se a ciência não tiver produto que gere mudança para a sociedade, nada estaria a ser feito para a valorização do grande investimento do Governo.
“A nossa maior expectativa, como Governo e como província, não são somente as publicações, mas também queremos que essas publicações contribuam para mudar a vida dos cidadãos e, se realmente a vida das populações mudar, poderá se sentir o impacto do investimento do Governo”, sublinhou.
O FNI é uma instituição pública de âmbito nacional dotada de autonomia administrativa, sob tutela MCTESTP e tem como missão promover a inovação tecnológica, divulgar o conhecimento científico e formação de investigadores para o desenvolvimento sócio- económico do país.
No ramo da Ciência e Tecnologia, o FNI financia diversas áreas, com destaque para projectos de investigação, inovação e transferência de tecnologias, publicação de livros e artigos científicos, elaboração de teses de mestrado e doutoramento, entre outras.
(AIM)