Governador do Banco de Moçambique defende medida para ancorar expectativas
O governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, disse hoje que as medidas tomadas em 2016 e princípios de 2017 permitiram ancorar as expectativas dos agentes económicos e controlar a inflação.
Segundo Zandamela, que falava na abertura do 43º Conselho Consultivo da instituição que dirige, em 2018 a política monetária foi orientada para redução gradual das taxas de juros.
Explicou que a redução das taxas de juro visa sinalizar aos bancos comerciais que a economia apresenta condições para que os clientes do sistema bancário beneficiem de taxas de créditos cada vez mais baixas.
'Foi nesse espírito que, ao longo do ano de 2018, reduzimos a nossa taxa de juros de política monetária, por quatro vezes consecutivas numa magnitude global de 450 pontos bases para o nível actual de 15 porcento', contou Zandamela.
Em Abril de 2017, quando o BM iniciou a trajectória de descida, a taxa em alusão era de 21,75 por cento.
“Os esforços neste sentido insere-se no âmbito da nossa preocupação de ver os clientes bancários a beneficiarem de taxas cada vez mais baixas e tendo em vista um melhor alinhamento entre o movimento das taxas dos bancos comerciais com as da entidade reguladora”, disse o governador do BM, sublinhando que “cumprimos com a nossa missão principal de manter uma inflação baixa estável, ao se situar, este indicador, ao longo de todo o ano abaixo de cinco por cento, concorrendo assim para a preservação do poder de compra dos moçambicanos'.
O 43º Conselho Consultivo do BM, que decorre até próxima sexta-feira, destacou igualmente, entre outros avanços, uma relativa estabilidade do metical, face as moedas dos principais parceiros, tendo oscilado em relação ao Dólar norte-americano entre 58,88 meticais e 60,88 meticais por unidade do dólar, de Dezembro de 2017 a 20 de Novembro corrente.
Ainda no período em análise, o Conselho Consultivo indicou que no âmbito da gestão das reservas internacionais, foi revista também a política de investimentos, além de avaliação da composição das reservas, mantendo o dólar como moeda principal com 66 por cento do total da carteira que continua dominada pelos instrumentos do mercado monetário em cerca de 64 por cento.
“Como resultado dessas acções e do efeito do incremento das taxas de juro no mercado internacional, os nossos rendimentos aumentaram de 45,3 milhões de dólares em 2017 para 54,8 milhões de dólares até Outubro findo”.
Com efeito, o banco central conseguiu manter o saldo das suas reservas internacionais em níveis confortáveis, cobrindo assim cerca de sete meses das necessidades de importações, bem acima dos padrões exigidos internacionalmente.
Zandamela, disse que apesar de uma extensa realização está consciente de que ainda tem muito por fazer e a realização daquele Conselho Consultivo irá colher importantes aconselhamentos e recomendações para continuar a fazer mais e melhor no próximo ano.
(AIM)