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Foco na diplomacia económica

26/02/2018 11:57
Foco na diplomacia económica

O Presidente da República encontra-se desde o princípio da manhã de ontem em Genebra para uma visita oficial de quatro dias, a primeira de um Chefe do Estado moçambicano à Confederação Suíça, desde 2009.

Com uma componente multilateral e outra bilateral, a visita de Filipe Nyusi começou ainda ontem com um breve encontro com a delegação empresarial que o acompanha, antes de se reunir com a comunidade moçambicana residente na Suíça.

Aproveitando o facto de Genebra ser a capital onde está sedeado um grande número de instituições multilaterais, o Chefe do Estado vai visitar diversos organismos do sistema das Nações Unidas, a exemplo da Organizações Internacionais do Trabalho (OIT), das Migrações (OIM), a Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e a ONUSIDA.

Esta manhã, Filipe Nyusi vai discursar na abertura da 37ª reunião da Comissão dos Direitos Humanos, antes de se reunir, sucessivamente, com os directores-gerais da OIT, da OMC, da OMPI e da OMS. Ainda hoje está previsto um encontro com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.

Amanhã, o Chefe do Estado vai participar num seminário empresarial, no qual Moçambique pretende, entre outros objectivos, segundo o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, interessar as multinacionais do sector de seguros para acompanharem o desenvolvimento dos grandes projectos em curso no país. Também interessa que a Suíça se envolva no desenvolvimento do sector de energia moçambicano. Será rubricado um memorando com o Fórum Económico Mundial, visando a divulgação dos relatórios de competitividade global da economia, a partir de Moçambique, tornando-se no terceiro país africano a fazê-lo, depois da África do Sul e Costa do Marfim.

Ainda amanhã, o Chefe do Estado vai receber o diploma  de Doutor Honoris Causa atribuído pela Escola de Diplomacia e Relações Internacionais de Genebra, uma prestigiada instituição com tradição no treinamento de pessoas para lidar e promover a paz e os direitos humanos no mundo.

Na componente bilateral, o presidente Nyusi vai trabalhar em Berna, capital politica  da confederação Suíça, estando previstas conversações oficais, que culminarão com a assinatura, com o Presidente da Confederação Suíça, Alain Berset, de um acordo geral de cooperção.

Tradicionalmente cordiais as relaçãoes entre Moçambique e a Suiça são activas há 40 anos, mas agora serão içadas a um patamar mais estruturado, com a assinatura do acordo geral de cooperação que, na verdade, nunca existiu apesar de todos os resultados positivos que se reportam deste relacionamento.

Sobre as relações entre os dois países, o Conselheiro da Embaixada Suíça em Maputo, Nicola Felder, explicou que acaba de ser aprovado um programa estratégico de cooperação para o período 2017/2020, que dá  enfoque às componentes de boa governação, acesso à saúde, água e saneamento, e desenvolvimento rural das economias locais.

Nicola referiu-se à presença de uma delegação de empresários moçambicanos em Genebra, como um indicador da responsabilidade com que o nosso país projecta a nova era de cooperação.

Sobre o posicionamento suíço em relação ao corte da assistência europeia a Moçambique devido ao dossier da dívidas não declaradas, o diplomata suiço explicou que, no quadro do programa estratégico de cooperação 2017/2020, os fundos sectoriais canalizados através do Orçamento do Estado não foram cortados, à semelhança dos programas bilaterais que também não foram afectados.

“Cortamos o apoio directo ao Orçamento do Estado. Aí temos que continuar a discutir para ver quais são as alternativas para sair desta situação que reconhecemos que é critica”, disse.

O apoio directo da Suíça ao Orçamento do Estado oscilava entre os sete e oito milhões de dólares norte americanos por ano.