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Fluxo de turistas diminui em Nampula

16/06/2016 11:15
Fluxo de turistas diminui em Nampula

A Direcção de Cultura e Turismo de Nampula, norte de Moçambique, diz que a província registou, nos primeiros cinco meses do ano em curso, uma diminuição do fluxo de turistas.

Segundo o responsável desta área em Nampula, Agostinho Zacarias, o facto deve-se a crise económica que se faz sentir no país, em particular, e no mundo; a tensão político - militar que se regista nas províncias do centro do país; e a conclusão da construção de grandes empreendimentos económicos.
Dados divulgados pela fonte, durante a entrevista que concedeu hoje a AIM, em Nampula, indicam que, de Janeiro a Maio último, a província recebeu 30.197 turistas, uma redução de 10.703 em relacção ao mesmo período do ano passado em que a província recebeu 40.900 turistas. 
“Devido a crise económica que quase todo Mundo enfrenta, incluindo o nosso país, o sector do turismo foi muito afectado e ressentiu-se ao ser confrontado com uma evolução negativa em termos de fluxo de turistas na província”, afirmou Agostinho Zacarias.
A fonte disse que um outro factor que retraiu o sector de turismo em Nampula é a conclusão da construção de grandes projectos relacionados com a mineradora Vale Moçambique. Os mesmos já estão na fase de operacionalização.
“Entre os anos 2013/14 tivemos grandes projectos em construção na zona económica especial de Nacala. Estes projectos já estão na fase de implementação. Isso significa que houve redução do número de pessoas que visitam a província para trabalhar e investir. Isto também afectou em grande medida o turismo na nossa província”, explicou a fonte.
Ele acrescentou que “dos cerca de 5 (cinco) mil trabalhadores que trabalhavam com a vale Moçambique na construção da terminal de carvão mineral de Nacala-a-velha, praticamente todos eles terminaram com os seus contractos, baixando também o número de turistas na zona”.
Por esta razão, a taxa de ocupação, em termos de turismo, na província, igualmente baixou de 20 por cento, ano passado, para 10 por cento este ano, já que as 4.153 camas que a província possui, em diferentes estâncias turísticas e hoteleiras, não são ocupadas diariamente, baixando, igualmente, a renda dos proprietários.
A rede hoteleira de Nampula está instalada em quase todos distritos, mas a maior parte concentra-se nas principais cidades da província, nomeadamente Nampula, a capital, Nacala-porto, Nacala-a-velha, Ilha de Moçambique e Mossuril.
Nampula possui, até ao presente momento, 588 estabelecimentos turísticos. Destes 229 são de alojamento, 343 de restauração, 11 agências de viagens e cinco salas de diversão nocturna.
Entretanto, apesar de todas adversidades que contribuem para a redução do fluxo de turistas na província, de uma forma geral, o entrevistado considera que o desempenho foi positivo.
Agostinho Zacarias disse que durante os primeiros cinco meses do ano Nampula abriu um total de 11 estabelecimentos para fins turísticos.
“Quando comparamos com o ano passado, ficamos muito felizes porque crescemos, significativamente. Somente para ilustrar, de Janeiro a Maio de 2015, tínhamos aberto apenas seis estabelecimentos turísticos”, explicou ele, acrescentando que com as novas aberturas proporcionou – se mais 63 camas.
Estes novos estabelecimentos criaram postos de trabalho para 97 pessoas. “Isso já é muito bom”, afirmou a fonte.
(AIM)