Filipe Nyusi e as relações com Zimbabwe : Somos um parceiro seguro e viável
Moçambique continua a ser um parceiro e uma aposta segura e viável para o desenvolvimento socio-económico do Zimbabwe, defendeu o Presidente da República, Filipe Nyusi, perante o seu homólogo zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, que ontem efectuou uma visita de estado de um dia ao país.
“Como parceiro de relevo, nessa empreitada encorajamos o sector privado dos dois países a ser mais proactivo na exploração das potencialidades e oportunidades de negócios, contribuindo para um crescimento efectivo e sustentável das nossas economias”, afirmou o estadista moçambicano.
Para atestar essa parceria estratégica, Filipe Nyusi disse que, por exemplo, na área da energia eléctrica, o país quer continuar a ser fonte segura e previsível para a economia zimbabweana, fornecendo electricidade fiável e de qualidade e à altura das necessidades de crescimento e desenvolvimento não só daquele país, como de toda a região austral, com base no princípio de complementaridade e interdependência.
“Do meu governo fica expressa a vontade e disponibilidade, e o compromisso de juntos trabalharmos para transformarmos todo o manancial de recursos, capacidades e entusiamo em acção transformativa em prol do crescimento social e económico e sustentável dos nossos dois países e povos”, disse Filipe Nyusi.
Na sua alocução sublinhou que os dois países devem ser mais ousados na criação de parcerias para o desenvolvimento, apostando na busca de soluções bilaterais e regionais para os seus desafios.
“Temos muita mão-de-obra, terra arável, recursos hídricos, recursos minerais e uma extensa rede de transporte e comunicações. A exploração sustentável destes recursos pode gerar as mudanças que almejamos nas nossas economias, com vantagens mútuas”, frisou.
Para Nyusi, Moçambique continua a ser um país estável e seguro, pois apesar dos abalos causados pelos ataques armados, pela crise económica mundial e pelos desastres naturais, a economia tem mostrado sinais encorajadores de recuperação, prevendo-se que cresça em cerca de 5.3 por cento em 2018, contra 4.7 registados em 2017.
Emmerson Mnangagwa, concordando com o estadista moçambicano, afirmou que os dois países têm de desenvolver as suas relações económicas e comerciais entre eles, primeiro, antes de olharem para lá da região.
Destacou, nas conversações mantidas ontem, a oportunidade que os dois estadistas tiveram de partilhar as suas ideias e visão comum sobre o desenvolvimento dos dois países.
“Eu e o Presidente Nyusi enfatizamos que não tencionamos fracassar devido a decisões tomadas pelos ministros e que não são cumpridas. Estamos a dizer que isso faz parte da filosofia do passado. O presente deve exigir prestação de contas, cumprir as decisões tomadas e mostrar resultados aos nossos povos”, disse.
Acrescentou que “não iremos tolerar as acções não cumpridas pelos nossos ministros. Temos dever, tanto como chefes de Estado assim como ministros, de mostrar resultados aos nossos povos. Queremos mais acção para que as nossas relações historicamente enraizadas sejam vingadas em termos económicos e não fiquem só pelas discussões”.
Mnangagwa esteve em Moçambique naquilo que ele descreveu como parte de uma missão para informar os presidentes dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre a situação política actual no Zimbabwe desde a transição pacífica para uma nova era política, marcada pela resignação de Robert Mugabe e a sua ascensão à presidência do Zimbabwe, em Novembro. Antes visitou a África do Sul, Angola e Namíbia.