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Falta de sangue preocupa autoridades sanitárias

29/12/2015 13:13
Falta de sangue preocupa autoridades sanitárias

As autoridades sanitárias manifestam a sua preocupação com a grave escassez de sangue que se regista em todos os hospitais do país, particularmente nesta fase do ano em que a demanda aumenta consideravelmente devido ao elevado número de acidentes de viação.

Segundo o director nacional de assistência médica do Ministério da Saúde (MISAU), Ussene Isse, existem actualmente 1.273 unidades de sangue em todas as unidades sanitárias em Moçambique, contra as 9.500 unidades que seriam necessárias para suprir as necessidades de todo o país (uma unidade de sangue corresponde a meio litro)
“O sangue, neste período, é um líquido vital para salvar vidas. Nós, neste momento, temos, ao nível do país, um stock de 1.273 unidades de sangue. É pouco. Parece muito, mas é pouco, para uma necessidade mensal de cerca de 9.500 unidades de sangue. Temos um défice muito grande”, disse Isse, falando no programa “Café da Manhã”, da Radio Moçambique, na manhã desta segunda-feira.
Por isso, o director renovou o seu apelo dirigido a todos para que participem massivamente nas campanhas de doação de sangue.
“O nosso apelo é para que as pessoas apoiem o sector da saúde. O sangue, de facto, salva vidas, não só para os acidentados e agredidos, mas principalmente nas maternidades, onde, as mulheres, para salvar a vida, precisam de sangue”, disse.
Explicou que a doação do sangue também poderá ajudar a salvar a vida de muitas crianças nas pediatrias. “É um apelo que nós fazemos para que todos participemos nesta campanha de doação de sangue para podermos salvar mais vidas”.
O director aproveitou a oportunidade para condenar a venda ilegal de sangue e disse não ser prática do sector da saúde.
Garantiu que o sector vai envidar todo o esforço para combater este tipo de atitudes, tomando em consideração que as pessoas doam sangue de livre e espontânea vontade, mas, para o efeito, apelou para uma maior vigilância da comunidade, denunciando casos suspeito.
“Não é ético assistirmos, em alguns sítios, pessoas que vendem este líquido precioso, daí que eu apelo à vigilância popular.
Em Moçambique, registam-se anualmente cerca de cinco mil acidentes de viação que, para a além da perda de vidas humanas, também se traduzem num custo estimado em 100 milhões de dólares.
Cerca de 30 por cento das mortes afecta cidadãos na faixa etária 21 a 41 anos de idade, e 66 por cento das mortes ocorre no local onde se registam os acidentes.