Experiência Holandesa pode ser solução para gestão da água em Moçambique
O Presidente da República, Filipe Nyusi, encorajou hoje a Holanda a continuar a apoiar Moçambique na busca de soluções mais adequadas para a gestão da água, um recurso indispensável à vida humana, mas que em excesso ou no caso de escassez pode constituir um problema.
Falando em Roterdão, Holanda, momentos após testemunhar a assinatura do memorando de entendimento para apoio, no futuro, das três delegações da Administração Regional de Águas (Sul, Centro e Norte); administração de infra-estruturas de águas e saneamento, e Fundo de Investimento e Patrocínio de Água (FIPAG), Nyusi disse acreditar que a experiência do Reino dos Países Baixos pode ser determinante para a convivência pacífica entre as populações e a água.
No acto, ocorrido no Instituto de Pesquisa Aplicada em Água (Deltares), o Presidente disse aqui é possível encontrar a solução para o problema dos moçambicanos.
Referiu que, em determinados casos, o cidadão moçambicano sente-se aflito quando ouve a palavra água. Normalmente, a água é sinónimo de vida e felicidade, mas para o nosso povo é motivo de preocupação em alguns casos, pois pode existir em excesso ou escassear.
Citou como exemplo a restrição no abastecimento de água para o consumo humano nas cidades da Maputo, Matola e vila de Boane, da escassez do mesmo recurso na cidade de Tete; dos problemas de saneamento na cidade da Beira que se localiza abaixo do nível médio das águas do mar; das mortes devido a chuva e seca; entre outros males associados a água.
Temos rios que não secam, mas as suas águas são drenadas para o mar e, no lugar de ela (água) ser conservada e gerida, mata, estraga machambas e destrói infra-estruturas. Ė água que devia ser usada em momentos de seca para irrigar os campos e produzir energia, disse. Ė mais um caso de estudo que podemos deixar com a Deltares para dar sua contribuição, acrescentou.
O Chefe de Estado encorajou os governos municipais, a semelhança da cidade da Beira, cujo edil, Daviz Simango, integra a comitiva presidencial de visita oficial de três dias a Holanda, desde quarta-feira, para não deixarem de procurar soluções porque o governo tem facilitado para que isso aconteça.
Explicou que Beira precisa de muito apoio por estar abaixo do nível médio das águas do mar, por outro lado Nacala debate-se com a erosão costeira que ameaça o porto de águas profundas.
Cerca de quatro milhões de holandeses vivem em terras localizadas abaixo do nível médio das águas do mar, a semelhança da cidade da Beira, mas graças ao uso de tecnologias combinadas como as desenvolvidas pela Deltares a água não constitui nenhum perigo `as suas vidas, mas sim um elemento chave de desenvolvimento socioeconómico.
Por sua vez, o edil da Beira, Daviz Simango, disse a jornalistas que a Holanda tem a experiência que a cidade a cidade da Beira precisa. A visita do Presidente Nyusi ajuda a buscar experiências para a solução do problema de gestão de água em Moçambique.
Uma das medidas em carteira, segundo o edil, é a dragagem do canal de acesso ao porto da Beira e aproveitar-se o material dragado para ser usado em aterros, protecção costeira, entre outros projectos.
Ainda hoje, Nyusi visitou o Senado, testemunhou a assinatura de uma declaração de intenção sobre o programa da fundação holandesa para a cooperação universitária internacional, visando o fortalecimento da capacidade das universidades moçambicanas na promoção do empreendedorismo e inovação.
Na ocasião também foi rubricado um memorando de entendimento sobre a cooperação no sector marítimo; de uma declaração de intenção sobre a assistência técnica na concepção do porto comercial de Palma; outra sobre a elaboração de dois estudos para a melhoria dos canais de acesso e gestão de infra-estruturas portuárias nos portos terciários de Angoche e Mocímboa da Praia.
(AIM)