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Esperadas 35 mil pessoas nos desfiles do 1.º de Maio

30/04/2018 11:31
Esperadas 35 mil pessoas nos desfiles do 1.º de Maio

PELO menos 35 mil pessoas são esperadas amanhã nos desfiles alusivos ao 1.º de Maio, cujas cerimónias centrais decorrerão na cidade de Maputo.

Manifestações idênticas acontecerão nas capitais provinciais e distritos, além de cidades e vilas com maior concentração de actividades económicas e da população assalariada. Este ano, as comemorações do 1.º de Maio assinalam-se sob o lema “Sindicatos Juntos na Luta pelos Direitos Laborais e Sindicais”. Falando há dias em Maputo, no lançamento da semana do Dia do Trabalhador, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical (OTM-CS), Alexandre Mungumbe, disse que a situação da massa laboralsetemdeteriorado, com o encarecimento dos produtos e má qualidade dos serviços básicos como transporte, agravando a sua condição de pobreza. Alexandre Munguambe considerou que o cenário é acentuado pela precariedade do emprego de muitos trabalhadores, com contratos de curta duração e, nalguns casos, sem vínculo escrito, o que torna o emprego instável e inseguro. Perante o elevado custo de vida, aliado ao baixo poder de compra dos trabalhadores, a maior e mais antiga organização sindical do país entende que o salário mínimo ideal seria de 14 mil meticais. Contudo, o secretário-geral reconhece que o pagamento deste ordenado é insustentável, considerando os actuais níveis de produtividade das empresas públicas e privadas, que se ressentem das dificuldades financeiras que o país atravessa. Entretanto, referiu que a definição do salário mínimo, tarefa que compete ao Governo, visa garantir o equilíbrio entre o que é possível e o desejável. Munguambe atacou as atitudes anti-sindicatos de alguns patrões, que se traduzem na proibição das iniciativas de organização das massas. A título de exemplo, apontou a Função Pública, onde a burocracia torna o exercício da actividade sindical um processo moroso por conta da legislação em vigor. “O exercício da acção sindical na Função Pública ainda é uma miragem no país porque, com a lei sobre a sindicalização, dificilmente serão criados sindicatos. Uma vez mais, apelamos ao Governo e à Assembleia da República para reverem pontualmente este instrumento”, exortou.