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Dragagem do porto de Maputo começa a dar resultados

06/12/2016 07:33
Dragagem do porto de Maputo começa a dar resultados

O primeiro navio de maior porte, com 90.000 toneladas de carga, partiu do Porto de Maputo, na passada quinta-feira, como resultado dos trabalhos de dragagem de aprofundamento do canal de acesso àquela infra-estrutura dos actuais 11 metros para 14.2 metros no topo de preia-mar.

O navio, o MV Mineral Belgium, com 289 metros de comprimento e 45 metros de largura, saiu com um calado de 14,40 metros.
Segundo um comunicado da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), concessionária do Porto de Maputo, recebido hoje pela AIM, trata-se também de um navio com mais porões a atracar no porto (nove), “o que tornou a operação ainda mais especial em termos de eficiência”.
A dragagem de aprofundamento do canal do Porto de Maputo iniciou em Maio do corrente ano e tem conclusão prevista para Janeiro de 2017.
“Este é um importante marco para o Porto de Maputo: é a primeira embarcação a carregar mais de 80.000 toneladas, algo que há 6 meses poderíamos apenas sonhar fazer. Hoje temos a certeza que podemos sonhar mais alto e a nossa próxima meta é carregar 100.000 toneladas”, disse Osório Lucas, Director-Executivo da MPDC, citado no comunicado. 
O MV Mineral Belgium, de acordo com a empresa, carregou 90.000 toneladas de ferro-crómio e crómio de apenas dois clientes.
Toda a operação de carregamento foi feita com base em guindastes móveis, parte dos investimentos efectuados pela MPDC em equipamento, que permitiram, por um lado, aumentar a produtividade e, por outro, melhorar a competitividade do porto, “uma vez que as linhas de navegação podem, desta forma, fretar navios de custo mais baixo, sem guindastes”. 
“Esta operação é de grande importância para o sector e para a economia do nosso país. Poder ter navios deste porte a escalar o Porto de Maputo significa que nos tornaremos mais competitivos e que estes navios poderão fazer uma escala directa, sem ter de recorrer a outros portos da região, como Durban e Richard’s Bay”, afirmou, por sua vez, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita.
O governante disse ser fundamental que outros parceiros da cadeia logística alinhem as suas estratégias por forma a se manter a competitividade dos portos moçambicanos.
A par da dragagem ao canal, o Porto de Maputo passou a oferecer recentemente serviços de “bunkering” para todas as embarcações, atracadas ou na zona de ancoradouro. 
“O fornecimento de combustíveis e lubrificantes está a ser levado a cabo no âmbito de um acordo entre a MPDC e a Petromoc Bunkering e está integrado numa série de iniciativas que visam melhorar os serviços oferecidos pelo Porto, tornando-o mais competitivo nos mercados regional e internacional”, diz o comunicado. 
A MPDC revela que a reabilitação dos cais 6, 7 e 8 – um projecto desenvolvido a par da dragagem para dotar o porto de alguns cais de grande profundidade – está actualmente em avaliação e deverá acontecer já em 2017. 
“Estes desenvolvimentos irão permitir ao porto responder à crescente demanda e atingir volumes significativamente maiores por ano”, assegura. 
O Porto de Maputo foi concessionado pelo Governo moçambicano à MPDC em 2003 mas ganhou uma nova dinâmica em 2008 quando a Grindrod e a DP World adquiriram a maioria das acções da Portus Indico, o maior accionista (51 por cento) e patrocinador do projecto. 
A MPDC detém os direitos de financiamento, reabilitação, construção, operação, gestão, manutenção, desenvolvimento e optimização de toda a área de concessão. A empresa tem também poder de Autoridade Portuária, sendo responsável pelas operações maritimas, reboque, estiva, operações nos terminais e armazéns, bem como planeamento e desenvolvimento portuárioo. 
(AIM)