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Dívidas comprometem funcionamento do FIPAG

21/09/2017 10:35
Dívidas comprometem funcionamento do FIPAG

Oito milhões de meticais (cerca de 130 mil dólares ao câmbio corrente) é o valor total que os clientes devem ao Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG) na província de Manica.

A mesma resulta do consumo de água e grande parte desta foi contraída por instituições públicas.

A revelação foi feita, na semana passada, pelo director do FIPAG, em Manica, Victor Tuacale, para quem o valor em dívida compromete sobremaneira as actividades programadas pelo sector para este ano.
Na província de Manica, o FIPAG fornece água, para além da cidade de Chimoio, as vilas de Gondola e Manica, bem como os postos administrativos de Messica e Bandula, beneficiando um universo de 281.991 pessoas, o que corresponde a 63 por cento de cobertura. Actualmente tem 44.911 clientes dos quais 43.753 domésticos e 167 fontenários activos.
Durante o primeiro semestre deste ano, o FIPAG executou 1.030 novas ligações domésticas de um total de 1.500 planificadas e sete novos fontenários em zonas não abrangidas pelos ramais integrados, sobretudo em locais que apresentam um relevo escabroso.
Segundo Tuacale, as novas ligações fazem parte de um projecto de expansão da rede secundária nos bairros Agostinho Neto, Piloto Norte e melhoramento da pressão no sistema de distribuição por algumas artérias da cidade de Chimoio. Nestes dois bairros foram lançados seis quilómetros de rede no âmbito do projecto Water For Life, financiado pelo governo da Holanda.
Nossa meta é prover mais água a população. Neste momento estamos bem, mas isso não nos deixa tranquilo porque o desejo é ver mais pessoas a consumirem água potável. Por isso, estamos a trabalhar a tudo custo para ver se conseguimos cumprir com aquilo que planificamos para este ano”, referiu.
Onde não conseguimos colocar condutas integradas abrimos fontenários. Referimo-nos de zonas onde o relevo se apresenta acidentado. Nos dois bairros, as actividades estão a ser suportadas pela Water For Life”, explicou o director.
Nos primeiros seis meses deste ano, foi concluída uma extensão de quatro quilómetros de rede de abastecimento em outros bairros da cidade de Chimoio, nomeadamente Tambara 2, Heróis moçambicanos, 25 de Junho e 7 de Setembro e a vila sede do distrito de Gondola.
“Através de fundos internos da empresa prosseguimos com actividades em outras zonas da cidade de Chimoio e na vila de Gondola. Apesar das dificuldades financeiras, com poucos recursos, as actividades nunca pararam. Garantimos a manutenção dos equipamentos desde a central de captação e tratamento na zona da barragem de Chicamba até as torneiras. É um desafio, considerou Tuacale.
Sobre as dívidas, o director reconheceu ser um problema com um impacto negativo para o sector, pois, muitas actividades dependem da disponibilidade financeira.
“O problema da dívida é muito sério porque esse dinheiro podia ser aplicado também no melhoramento do sistema. O valor é muito elevado. Alguns bairros necessitam de mais água porque a cidade está em processo de expansão. Cada dia temos novas zonas. Porém, há coisas que não podemos fazer porque não temos fundos”, deplorou.
(AIM)