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Diogo desafia sindicatos de África a promoverem negociação colectiva

05/08/2016 08:07
Diogo desafia sindicatos de África a promoverem negociação colectiva

A ministra moçambicana do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, desafiou os sindicatos filiados na UNI África, bem como os moçambicanos, em geral, a promoverem a negociação colectiva ao nível de empresa e dos sectores de actividade.

Falando hoje, em Maputo, na abertura da 17ª reunião internacional do Comité Executivo da UNI África, Diogo disse que os sindicatos devem defender a cultura de trabalho no seio dos trabalhadores para que assim se contribua na sustentabilidade das empresas.
“Através da negociação colectiva, os sindicatos devem jogar um papel importante no desenvolvimento das empresas, contribuindo para que elas sejam sustentáveis”, frisou.
Segundo a Ministra, o incentivo no aumento da produção e da produtividade, a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores e a melhoria da qualidade dos produtos e serviços prestados aos clientes devem servir de principal causa dos sindicatos.
Sobre Moçambique, Diogo, que, por inerência, é presidente da Comissão Consultiva do Trabalho (CCT), abordou o litígio laboral, tendo revelado que a resolução extra-judicial de conflitos laborais da CCT atingiram uma meta de 82 por cento de consensos, o que, segundo ela, está acima da média regional que é de 75 por cento.
“Nós, em Moçambique, desenvolvemos com os parceiros sociais, isto é, empregadores e trabalhadores, boas práticas no diálogo social e concertação social”, afirmou.
A CCT é um órgão de composição tripartida e integra o Governo, empregadores e trabalhadores e tema função de promover o diálogo e a concertação social.
Segundo a governante, a negociação colectiva, quando devidamente articulada, constitui um mecanismo da promoção de complementaridade e um instrumento efectivo para uma justa distribuição da riqueza, tendo como partida, a realidade produtiva da empresa e do sector de actividade.
Diogo disse ser importante que a UNI-África e seus filiados continuem a privilegiar a formação e capacitação, como forma de incorporar nas novas gerações e tornar os jovens continuadores das organizações sindicais, como actores activos na promoção do desenvolvimento.
“Só com o conhecimento é que podemos fazer a diferença e participar no desenvolvimento inclusivo nos nossos países”, disse a Ministra, sublinhando que com estas acções os sindicatos estarão a participar na domesticação da Agenda 2030, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular o objectivo oito, que estabelece a promoção do crescimento económico sustentável e inclusivo, bem como o pleno emprego e trabalho produtivo e digno para todos.
A UNI África, uma organização sindical filial da UNI Global Union, é uma rede internacional sindical do sector de prestação de serviços.
Participam na reunião de Maputo, de dois dias, cerca de 60 delegados provenientes de países de África e Europa, nomeadamente África do Sul, Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim, Congo, Egipto, Gana, Quénia, Malawi, Maurícias, Marrocos, Mali, Nigéria, Noruega, Senegal, Suíça, Tanzânia, Tunísia, Uganda e Zimbabwe.
Moçambique faz-se representar por seis sindicatos filiados na UNI, nomeadamente de Empregados de Comércio, Seguros e Serviços (SINECOSSE), dos Empregados Bancários (SNEB), dos Trabalhadores de Aviação Civil, Correios e Comunicação (SINTAC), dos Trabalhadores das Telecomunicações (SINTELMO), dos Trabalhadores da Indústria Química e Afins (SINTIQUIAF) e dos Trabalhadores da Segurança Privada (SINTESP).
(AIM)