Diagnóstico precoce pode reduzir a lepra
O Rastreio e diagnóstico precoce são as principais medidas avançadas pelo sector da saúde para conter o surgimento de novos casos da lepra que se têm observado no país, sobretudo nas províncias do centro e norte.
Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado Moçambique livre da lepra em 2008 - altura em que o rácio era de um doente em cada mil habitantes - o país voltou a conhecer o aumento de casos a partir de 2015.
Só no primeiro semestre do ano em curso foram notificados 951 novos casos, o que representa um crescimento na ordem de 39 por cento, em comparação com igual período do ano transacto, em que foram diagnosticados 684 casos.
Nos últimos seis meses, a província de Nampula reportou mais casos, com um acumulado de 553, seguida da província da Zambézia com 121 casos e Cabo Delgado com 84 casos confirmados.
Estes dados foram divulgados ontem, em Maputo, na audiência concedida pela Ministra da Saúde, Nazira Abdula, ao patrono da Fundação Sasakawa e embaixador de Boa Vontade da OMS, Yohei Sasakawa.
Segundo o Ministério da Saúde, a notificação de mais casos é também resultado da melhoria e expansão do diagnóstico atempado, não só nas zonas endémicas, mas também em mais distritos do país. Refira-se que até ao ano 2000, o sector da saúde notificava 5 mil casos de lepra por ano.
Para complementar as acções do Ministério da Saúde no controlo da lepra, a Fundação Sasakawa do Japão desembolsou 150 mil dólares norte-americanos em 2017, válidos por três anos. O apoio é destinado ao alívio da lepra nas zonas mais críticas.
Pela sexta vez, o patrono desta instituição filantrópica visita o país no âmbito do apoio ao Programa Nacional de Controlo da Lepra. Na audiência concedida pela ministra da Saúde, Sasakawa defendeu uma maior investigação sobre as causas e manifestações da lepra.
Por sua vez, a ministra da Saúde destacou a atenção que deve ser dada ao diagnóstico precoce, em paralelo com actividades de sensibilização junto às comunidades, uma vez que a doença ainda é associada a mitos e tabus.
“Temos intensificado a vigilância nas comunidades, de modo a reduzir o estigma e discriminação de que são vítimas os doentes da lepra, pois só com o rastreio e tratamento atempado é que podemos eliminar as suas sequelas”, advertiu Nazira Abdula.