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Corumana vai aumentar capacidade de armazenamento

15/04/2016 08:29
Corumana vai aumentar capacidade de armazenamento

A Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul) está a projectar a colocação das comportas no descarregador de cheias da barragem de Corumana para o próximo ano, facto que deverá permitir o aumento substancial da capacidade de armazenamento de água daquele empreendimento.

Calisto Mabote, director da Unidade de Gestão da Bacia do Incomáti, disse a-propósito que o financiamento para a instalação das comportas já existe, faltando apenas pequenos pormenores para que as obras arranquem efectivamente.

Mabote reforçou que com as comportas colocadas, maior será a capacidade de retenção. Com efeito, deverá passar dos actuais 880 milhões de metros cúbicos de água para pouco mais de 1240 milhões de metros cúbicos, viabilizando o aproveitamento para o abastecimento de água à cidade de Maputo, assim como a agricultura e produção de energia.

O que acontece neste momento é que quando o nível de água sobe, a mesma desperdiça-se através dos descarregadores de superfície que neste momento não têm comportas.

Na presente época chuvosa, a barragem de Corumana está a ressentir-se dos efeitos da seca, tendo reduzido drasticamente a disponibilidade de água na albufeira. Como resultado, a capacidade de entrega também reduziu para os actuais 10 metros cúbicos por segundo contra os 25 metros cúbicos por segundo, em condições normais.

Esta situação está associada ao fenómenoEl Nino, que é responsável pela ocorrência de seca na região.

Na situação em que a albufeira se encontra, segundo Mabote, corre-se o risco de não ser possível disponibilizar água à jusante até à próxima época chuvosa, em Outubro.

A gestão que está a ser feita é no sentido de garantir a disponibilização de água para os diferentes usos, para o mais longo período de tempo possível, daí as restrições iniciadas em Fevereiro de 2014.

Inicialmente houve uma redução de 25 para 15 metros cúbicos e recentemente as autoridades gestoras voltaram a agravar as restrições.

Desde o início das restrições que não é produzida energia eléctrica, facto que significa menos uma fonte de renda para o Estado. Esta situação se alia aos prejuízos na produção agrícola decorrente da redução da disponibilidade de água, sobretudo para os regadios e também para a produção de cana.

Entretanto, foi lançada a primeira pedra do projecto de expansão do sistema de abastecimento de água à região do Grande Maputo.

Numa primeira fase, o sistema vai absorver 60 mil metros cúbicos de água por dia. Uma vez colocadas as comportas, a expectativa é de que esteja disponível água que vai permitir reforçar o sistema para 120 mil metros cúbicos por dia.

Fonte: Jornal Notícias