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Consolidação da paz é um processo de interacção contínua

21/12/2015 08:29
Consolidação da paz é um processo de interacção contínua

A Consolidação da paz é um processo de interacção contínua entre vários segmentos da sociedade e exige a participação de todos, incluindo o encorajamento do corpo diplomático acreditado em Moçambique, afirmou, sexta-feira, o Presidente da República, Filipe Nyusi.

Discursando no Palácio da Ponta Vermelha na cerimónia de apresentação de cumprimentos de boas festas ao Chefe do Estado e esposa pelos diplomatas, representantes das organizações internacionais, cônsules gerais e adidos militares acreditados no país, o Presidente da República afirmou que Moçambique tem conseguido manter o clima de paz e estabilidade, caracterizado pelo funcionamento normal das instituições públicas e privadas, apesar de desafios relacionados com o combate à criminalidade e a necessidade de desarmamento e reintegração de homens residuais da Renamo.

Disse que através do próprio exemplo do país, o Governo trabalhará para que o diálogo entre moçambicanos seja uma realidade. Referiu-se à celebração dos 40 anos de relações diplomáticas de Moçambique com vários Estados, facto que se traduziu no reforço da amizade e cooperação bilateral.

Indicou que durante o ano prestes a terminar, o país enfrentou desafios de vária ordem, sobretudo as calamidades naturais que assolaram, em proporções graves, as regiões centro e norte do país, bem como a seca que continua a afectar a região sul de Moçambique.

Filipe Nyusi disse que o Governo notou com agrado que os esforços dos moçambicanos para minimizar o impacto das contrariedades resultantes de choques externos que se traduziram na redução de preços dos principais produtos de exportação no mercado internacional e a oscilação da taxa de cambio do metical face ao dólar no último trimestre do ano foram complementados pelo apoio solidário de países representados pelo corpo diplomático.

Dirigiu agradecimentos especiais aos parceiros que providenciam a modalidade do Apoio Geral ao Orçamento e Apoio Programático Sectorial, afirmando que esses apoios interferem positivamente no desenvolvimento do país e no bem-estar social do povo moçambicano. Agradeceu, igualmente, os apoios recebidos no que se refere aos aspectos de financiamento e assistência técnica das instituições regionais e multilaterais, incluindo os bancos e agências das Nações Unidas, do Banco Mundial, do FMI, do Banco Islâmico e do Banco Africano do Desenvolvimento.

Fez saber que no espírito de alargamento de amizade e cooperação, foram iniciadas em 2015 visitas de Estado e de trabalho ao estrangeiro que além de fortalecer a amizade e cooperação conferiram um sentido pragmático às excelentes relações político-diplomáticas que o país mantém. O Chefe do Estado afirmou que ao longo de 2015, Moçambique continuou a participar activamente na busca de soluções aos desafios regionais, continentais e internacionais, sendo nesta perspectiva que assumiu a presidência rotativa do Órgão da SADC para a Cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança.

“Nesta qualidade, a nossa acção tem sido orientada pelo princípio de resolução pacífica de conflitos e promoção de diálogo e reconciliação nacional, por entendermos serem factores essenciais para a preservação da paz e segurança internacional”, disse.

A propósito da segurança internacional, o Chefe do Estado indicou que o Governo nota com preocupação o agravamento da situação, caracterizada pelos elevados índices de violência política exacerbada pelo radicalismo e fundamentalismo.

“Por isso, manifestamos a nossa veemente condenação do uso da violência para o alcance de qualquer objectivo político, como sejam os actos terroristas a que temos vindo a assistir um pouco por todo o mundo. Registamos com grande preocupação o movimento migratório e o drama vivido pelos imigrantes que nos chamam à atenção para a necessidade de eliminação das causas que estão na sua origem, nomeadamente a insegurança e a pobreza”, afirmou.

O Presidente da República disse que na política externa e de cooperação do país, o Governo continuará a privilegiar o respeito pelos acordos bilaterais e multilaterais de que Moçambique é parte, salvaguardando os interesses nacionais e a reciprocidade de benefícios, respeitando os preceitos da não ingerência nos assuntos internos.

“Auguramos que, em 2016, as nossas relações de amizade, solidariedade e cooperação continuem a registar uma evolução positiva em benefício dos nossos povos e governos”, afirmou.

Por seu turno, Fayez Abdul Jawad, Embaixador do Estado da Palestina, em representação dos diplomatas, disse, entre outros, que a tomada de posse de Filipe Nyusi no cargo de Chefe do Estado moçambicano foi o acontecimento mais importante do ano prestes a findar e mostrou a face civilizada de Moçambique facto que foi objecto de respeito e admiração dos países do mundo civilizado.

Afirmou que desde a proclamação da sua independência, Moçambique enfrentou enormes desafios dentre os quais se destacam o estabelecimento do Estado, o combate a pobreza, o desenvolvimento das capacidades da sociedade e elevação do nível da economia, criação de oportunidades de investimento e abertura ao mundo, tudo isso concorrendo para que o país se tornasse num elemento a ter em conta tanto a nível da região como no mundo.

Fayez Jawad disse que Filipe Nyusi está a dar continuidade da marcha do desenvolvimento e edificação da pátria de forma harmoniosa. Afirmou que o corpo diplomático felicita o Chefe do Estado pelos seus esforços com vista a manutenção da paz para a criação do ambiente propício para a solução dos problemas da pátria.