Consensos devem ser respeitados no diálogo para a Paz
O processo de desmobilização e reintegração dos guerrilheiros da Renamo é irreversível e deverá ocorrer dentro do espírito dos consensos alcançados no diálogo entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o falecido líder daquele partido, Afonso Dhlakama.
No comício que orientou ontem na cidade da Maxixe, no último dia da visita de trabalho à província de Inhambane, Filipe Nyusi voltou a falar do processo de diálogo, recordando que a suprema preocupação do povo moçambicanos é ver restabelecida uma paz efectiva e definitiva, e consequente desmobilização e reintegração social dos militares da Renamo que ainda se encontram nas bases.
Nyusi revelou que, na sua última deslocação à base de Namadjiua, na Serra da Gorongosa, para o encontro com Afonso Dhlakama, os guerrilheiros que lá se encontravam deram-lhe garantias da sua prontidão de abandonar as matas assim que forem alinhados os procedimentos nesse sentido.
“Eles também querem a paz, querem sair do mato, querem viver livremente”, disse Nyusi.
Numa avaliação ao desempenho económico e social da província, Filipe Nyusi disse que o aumento de investimentos e das exportações, associado ao bom desempenho da indústria e do comércio durante o ano passado e no primeiro trimestre deste ano, fazem de Inhambane uma província com um nível aceitável de desenvolvimento.
Para consolidar este avanço, o Presidente da República recomendou o Governo de Inhambane a intensificar a busca de recursos financeiros junto de parceiros e a aperfeiçoar a gestão dos projectos de desenvolvimento actualmente em curso através do estímulo à proactividade e facilitação de procedimentos para atrair mais investimentos.
Depois de visitar diversos empreendimentos económicos e interagir com investidores em diversas áreas e com as comunidades, Filipe Nyusi manifestou-se impressionado com os avanços alcançados no combate à pobreza, não obstante os efeitos das calamidades naturais que nos últimos tempos afectaram a província de Inhambane.
No sábado, o Chefe do Estado reuniu-se com extensionistas da província de Inhambane, com quem partilhou a sua perspectiva em relação ao trabalho destes profissionais. Segundo Nyusi, os rendimentos da produção nacional só serão satisfatórios se os extensionistas, tanto agrários como pesqueiros, transmitirem continuamente novas tecnologias de produção aos produtores.
“O aumento da produção e da produtividade só terá sustentabilidade se os técnicos se actualizarem constantemente nas novas técnicas em uso na agricultura, de modo a potenciarem os produtores a aumentar os rendimentos, produzindo muito em pequenas áreas”, disse Nyusi.
O Presidente da República referiu-se ainda à necessidade de os extensionistas ensinarem pelo exemplo, para o que deverão ter as suas próprias áreas de produção e seus tanques piscícolas, no sentido de, paulatinamente, se tornarem em exemplos nas suas comunidades, sendo grandes produtores em áreas como agricultura, aquacultura, pecuária e noutras áreas.
Explicou que os extensionistas constituem um sector de elite na função pública, devendo por isso valorizar o seu trabalho, cultivar o espírito de auto-superação e desempenhando as suas funções com honestidade, mas também investindo os seus recursos para melhorar a sua qualidade de vida.