Cimeira Rússia-África: Mozambique quer experiência russa na formação e saúde
Mozambique quer fazer um melhor proveito da experiência russa na formação e saúde, disse hoje o ministro dos negócios estrangeiros e cooperação, José Pacheco.
Aliás, este é um dos principais objectivos que a delegação moçambicana, chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, leva consigo para a Cimeira Rússia-África, um evento de dois dias que inicia quarta-feira na cidade turística de Sochi.
O chefe da diplomacia moçambicana afirma que ambos são sectores que o governo entende ser importante maximizar na cooperação com a Rússia.
"Nós temos um grande interesse em formar pessoas na Rússia. Na nossa agenda, o nosso grande interesse é usar a capacidade que a Rússia tem de formar médicos moçambicanos, de formar gente nas mais variadas especialidades", disse Pacheco, citado pela Rádio Moçambique, emissora nacional.
Por outro lado, reconhece que a Rússia também deverá ter algum interesse em explorar as possibilidades de se estabelecer em Moçambique para a prestação de serviços de saúde, através do Sistema Nacional de Saúde ou outros fóruns que se podem explorar ao nível de parcerias.
Com efeito, as relações económicas entre os dois países estão numa fase de consolidação, particularmente na exploração de recursos naturais, tais como hidrocarbonetos de que Moçambique possui um elevado potencial.
Por isso, os empresários moçambicanos e russos vão aproveitar o fórum económico Rússia-África para fortalecer estas parcerias nos mais diversificados domínios de actividade económica.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) deverá assinar, a margem do evento, acordos de parceria com duas instituições de comércio da Rússia, para a troca de informações sobre oportunidades de negócio nos dois países.
O presidente da CTA, Agostinho Vuma, que chefia uma delegação de 12 empresários moçambicanos, explicou que os acordos também visam facilitar a comunicação entre as empresas de assessoria mútua, facilitação de informação útil para o desenvolvimento de negócios, consolidação e fortalecimento das relações recentemente iniciadas.
Segundo Vuma, a interacção entre as empresas dos dois países não é nova.
"Tivemos, nos últimos tempos, depois da última missão, visitas de empresas russas na área de mineração que estiveram a fazer um levantamento, no sector público, daquilo que são as exigências para essas empresas se instalarem no país. As mesmas empresas estão aqui a interagir com a contraparte moçambicana", disse.
Enquanto aguarda pelo arranque da cimeira, que vai decorrer sob lema "Pela Paz, Segurança e Desenvolvimento", Nyusi recebeu em audiência o director geral da Rosoboronexport, organização estatal russa que exporta produtos, serviços e tecnologias militares de uso duplo, Alexander Mikheev.
Na tarde de hoje, Filipe Nyusi reuniu-se com o Presidente do Conselho de Administração do banco russo VTB, Andrey Kostin, e recebeu, em audiência, o Presidente do Conselho de Administração da Uralkali, um dos maiores produtores de potássio do mundo, Dmitry Mazepin.
(AIM)