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Chefes de Estado e de Governo da UA terão passaportes da organização

19/07/2016 13:24
 Chefes de Estado e de Governo da UA terão passaportes da organização

Os 54 Chefes de Estado e Governo da União Africana (UA) recebem, este domingo, em Kigali, capital do Ruanda, os primeiros passaportes electrónicos emitidos pela organização.

O passaporte da UA é um projecto emblemático da Agenda 2063 de África e este será lançado no primeiro dos dois dias da 27ª Cimeira dos líderes da organização, que este ano se realiza sob o lema “2016, ano africano dos direitos humanos, com particular destaque os direitos da mulher”.
Moçambique faz-se representar na cerimónia pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que chegou este sábado a capital ruandesa, a frente de uma delegação, que inclui o Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Isque Chande, Mulher, Género e Acção Social, Cidália Chauque, o Vice-Ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, entre outros quadros da Presidência da República e do Estado. 
O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, já se encontrava em Kigali, onde decorriam desde o passado dia 10 reuniões preparatórias da Cimeira.
A sul-africana Nkosazana Zuma, presidente da Comissão da União Africana, descreve a iniciativa do lançamento do passaporte como simbólica e significativa, chamando-a de “passo firme em direcção ao objectivo de criar uma África forte, próspera e integrada, impulsionada pelos seus próprios cidadãos (…) ”. 
“Este cenário parece destinado a tornar realidade o sonho dos cidadãos africanos de viajarem sem vistos no seu próprio continente em 2020”, sublinhou.
No pensar dos mentores da iniciativa, o documento visa facilitar a deslocação dos cidadãos dos países africanos dentro do continente.
Até agora, apenas 13 países do continente aceitam a entrada de outros africanos sem visto ou com visto adquirido à chegada, enquanto, por exemplo, os cidadãos dos Estados Unidos da América podem entrar em 30 países de África sem visto ou com visto adquirido à entrada.
No primeiro dia da Cimeira, os líderes continentais lançarão também o Relatório Intermédio da Década da Mulher. “Mas se tudo decorrer segundo o previsto, a Cimeira poderá “atacar” já amanhã (domingo) a questão da proclamação da Zona de Comércio Livre Continental”, disse a AIM fonte diplomática. 
Com esse acto, pretende-se alargar o comércio para todo o continente, com o objectivo de se criar valor acrescentado à produção interna, acrescentou a fonte, para quem “pretende-se dar um passo qualitativo nas relações comerciais intercontinentais, uma vez que África está dividida em diferentes regiões económicas e as trocas preferenciais só são feitas dentro dos países no quadro destas”.
Uma fonte da delegação presidencial moçambicana detalhou os objectivos da participação do país como sendo a sua contribuição para a solução de conflitos no continente, a reafirmação do compromisso e vontade do país em continuar a aprofundar a boa governação e democracia, bem como aprofundar o empoderamento da mulher.
“A dinamização do processo de integração continental, fazer e consolidar mais amizades e promover mais parcerias estão também nos objectivos da nossa participação na Cimeira”, acrescentou.