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Banco Mundial injecta 130 milhões de dólares em apoio as comunidades afectadas por ciclones

02/10/2019 08:37

O Banco Mundial aprovou, segunda-feira, uma soma equivalente a 130 milhões dólares norte-americanos em doações da Janela de Resposta a Crises (Crisis Response Window) da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) em apoio ao projecto do governo de Recuperação de Emergência e Resiliência em relação aos efeitos dos ciclones Idai e Kenneth em Moçambique.

Segundo um comunicado daquela instituição financeira mundial, está prevista uma contribuição complementar de 60 milhões de dólares da Holanda e estão em curso discussões sobre um co-financiamento da Alemanha.

A nota explica que os fundos serão utilizados na recuperação de infra-estruturas públicas e privadas, restabelecimento de meios de subsistência e fortalecimento da resiliência climática nas áreas mais afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth.

"Mais de 1,7 milhão de pessoas foram afectadas por ambos eventos climáticos extremos, com danos e perdas elevando-se a cerca de três bilhões de dólares", observou Mark Lundell, director do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Seicheles e Comores.

"Dada a gravidade dos impactos, a nossa resposta foi rápida e multissectorial. Mobilizamos mais de 500 milhões de dólares para Moçambique, entre realocação de fundos existentes e novos financiamentos, dos quais estamos providenciando 130 milhões de dólares para este projecto específico, complementando outros financiamentos em curso", acrescentou.

Recorda que os choques climáticos são frequentes no país, impactando negativamente o crescimento e o desenvolvimento do país.

Além disso, as províncias ciclicamente mais afectadas por desastres naturais tendem a mostrar níveis mais altos de pobreza em comparação com as menos afectadas, e os pobres tendem a suportar o impacto desses choques.

"Grande parte desse financiamento será utilizado na reposição e construção de casas para comunidades vulneráveis em áreas seleccionadas, bem como na reconstrução de infra-estruturas públicas", disse Michel Matera, especialista sénior de desenvolvimento urbano e líder da equipe do projecto.

"Também apoiaremos a recuperação das actividades económicas através do sector privado nas províncias afectadas".

Com efeito, pelo menos 15.000 casas, beneficiando cerca de 75.000 pessoas afectadas pelos ciclones em Sofala e Cabo Delgado, serão financiadas pelo projecto através de abordagens visando uma reconstrução resiliente dirigida pelo proprietário.

Outras actividades incluem o reparo e reconstrução de mercados, edifícios governamentais, unidades públicas de água e saneamento e a construção de locais multifuncionais de evacuação de inundações e abrigos contra ciclones.

Sob a sua componente de recuperação do sector privado, o projecto implementará um mecanismo de doação mediante comparticipação (matching grants) e uma linha de crédito para apoiar a recuperação das empresas e melhorar o acesso ao financiamento, respectivamente.

Esta componente, segundo o Banco Mundial, visa empresas informais, micro e pequenas empresas afectadas pelos desastres.

"Dada a vulnerabilidade do país à choques climáticos cíclicos, continuaremos nossos esforços visado aumentar a resiliência climática da cidade da Beira, um importante centro económico do país", observou Brenden Jongman, especialista em Riscos de Desastres Naturais e co-líder da equipe do projecto.

Para o efeito, disse Jongman, o projecto basear-se-á nos compromissos existentes do Banco Mundial na cidade e reparará e fortalecerá significativamente a protecção costeira, além de expandir os sistemas de drenagem da cidade.
(AIM)