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BM determinado a fechar ano com inflação média de 14 por cento

26/01/2017 11:24
BM determinado a fechar ano com inflação média de 14 por cento

O Banco de Moçambique (BM) espera realizar o objectivo de uma inflação média de 14 por cento até ao fecho do ano e um crescimento económico na ordem de 5,5 por cento, se os factores de risco identificados não forem severos e as instituições vocacionadas implementarem as políticas desenhadas.

Para o efeito, o banco central continuará a orientar a política monetária de forma prudente e flexível, através da tomada de medidas que se mostrarem necessárias, em tempo oportuno, para salvaguardar os objectivos da estabilidade macroeconómica e financeira.
A determinação rumo a consumação da meta foi expressa pelo governador da instituição, Rogério Zandamela, na abertura hoje, na cidade da Matola, sul do país, do 41º Conselho Consultivo do banco, órgão que se reúne ordinariamente uma vez por ano e extraordinariamente sempre que convocado pelo governador.
A par da coordenação da política monetária e fiscal, o banco central, segundo Zandamela, está confiante que o governo implementará, com sucesso, medidas de consolidação fiscal, bem como reformas estruturais que se mostrem adequadas ao resgate da reputação e da credibilidade do país e suas instituições, nos planos internacional e doméstico.
“Continuaremos a fazer o que nos compete para a retoma do programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), condição para o retorno dos fluxos de capital bilateral, multilateral e privado”, disse Zandamela.
A nível do sector financeiro, o banco continuará atento e vigilante à evolução do sector, reforçando a supervisão prudencial através de inspecções “off e onsite”.
A entidade emissora continuará a prestar maior atenção a sua estratégia de comunicação com o público, visando reforçar a matriz nas vertentes da regularidade, tempestividade, transparência e clareza, focando-se em áreas ligadas não apenas a política monetária.
Aliás, neste domínio a fonte afirmou que o banco deu passos assinaláveis, como também em outras áreas de actuação, com o intuito de contribuir para a redução da assimetria de informação entre os diversos actores de mercado.
Segundo o governador, foi na sequência desse objectivo que o BM instruiu as instituições de crédito para, a partir de Março próximo, passarem a publicar, numa periodicidade trimestral, informação sobre os seus níveis de solvabilidade e de liquidez.
“No âmbito do nosso engajamento internacional, no quadro dos nossos objectivos, em 2017, continuaremos a alargar a cooperação com instituições congéneres visando reforçar a troca de experiencias em assuntos de especialidade”, rematou Zandamela.
Neste contexto, o BM acolhe, este ano, o 8º encontro dos governadores dos bancos centrais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), encontro bianual, onde se espera partilhar experiências sobre a temática da especialidade financeira.
A matéria mostra-se, segundo o governador, bastante actual no contexto das fragilidades que os sistemas financeiros revelaram com a crise financeira e a necessidade de assegurar o retorno da confiança do público em relação ao sector.
A reunião anual da “African Mobilephone Financial Service Policy Initiative” é outro evento de destaque a ter lugar no país, com a participação de governadores de bancos centrais e individualidades de instituições reguladoras, membros da “Alliance for Financial Inclusion em Africa”.
O objectivo principal é continuar a encontrar políticas que permitem garantir, cada vez mais, maior inclusão financeira da população adulta no continente, que em última instância irá permitir, segundo o governador, uma melhoria de qualidade de vida das nossas populações.
O 41º Conselho Consultivo do banco tem a duração de três dias e vai, entre várias matérias, apreciar assuntos de interesse relevante para as actividades do banco e para a economia nacional, questões organizacionais e de funcionamento do banco; fazer o balanço das actividades e programar acções futuras, entre outros temas.
Os primeiros dois dias do encontro estão reservados a discussão de temas de carácter interno. O terceiro e último dia (sexta-feira) será aberto ao debate público com o tema: “Desafios da Modernização do Regime de Política Monetária: O Caso do Banco de Moçambique”.
(AIM)