Ataques armados em Mocimboa da Praia: Tribunal já julgou mais de cem arguidos
Um total de 114 detidos, dos 189 que constam do processo relacionado com os ataques armados ao distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, a 5 de Novembro do ano passado, já foi julgado pelo Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado.
Segundo o porta-voz daquele Tribunal, Zacaria Napatima, volvido mais de um mês, desde início do julgamento do caso, juridicamente o tribunal já conhece que se trata de indivíduos criminosos, por terem morto pessoas, roubado material bélico, destruído património público e de pessoas singulares.
Segundo o “Notícias” de hoje, aquele magistrado assegurou que tudo está sendo feito para que até finais de Dezembro esteja concluído o processo de audição dos réus, no sentido de se avançar para as fases posteriores, concretamente, a audição dos declarantes, apresentação das provas da perícia, entre outras matérias, antes da leitura da sentença.
Os 189 réus, entre nacionais e estrangeiros, 42 dos quais mulheres, são acusados pelo ministério público de homicídio qualificado, na sequência da morte com recurso a armas de fogo e brancas, uso de armas proibidas, associação para delinquir contra organização do Estado, instigação e provocação à desobediência colectiva, ordem e tranquilidade públicas, entre outros crimes que, entretanto, os acusam negam terem sido autores.
Segundo consta do processo do Tribunal, desde que iniciaram os ataques na madrugada de 5 de Outubro do ano passado, os arguidos, entre eles 29 tanzanianos e três somalis, assassinaram mais de 90 pessoas, feriram mais de 60 outras, roubaram 37 armas de tipo AK 47 e mais de cinco mil munições, destruíram bens da população e atentaram contra o poder do Estado.
Entretanto, na quinta-feira o “O País” escreveu que um mês depois de ter iniciado o julgamento do caso e depois de terem sido ouvidos 114 arguidos acusados de participação nos crimes contra as populações e a organização do Estado, o Tribunal conseguiu descobrir a origem e as motivações do grupo que continua a assassinar cidadãos civis em aldeias remotas.
Segundo o jornal, o grupo já está identificado, mas o Tribunal não pode revelar a verdade para não interferir no julgamento.
(AIM)