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Assinados contratos de concessão do Terminnal Marítimo de GNL

11/08/2017 10:08
Assinados contratos de concessão do Terminnal Marítimo de GNL

O governo moçambicano e as multinacionais italianas, ENI, e norte-americana, Anadarko, assinaram hoje, em Maputo, contratos de concessão do Terminal Marítimo de Gás Natural Liquefeito (GNL) e da Instalação da Descarga de Materiais, no âmbito do desenvolvimento dos projectos de gás na Bacia do Rovuma, na província nortenha de Cabo Delgado.

Os contratos resultam da aprovação, pelo Conselho de Ministros, a 21 de Julho do ano em curso, dos termos e condições desses instrumentos, que são parte do pacote contratual e comercial relativo aos projectos de GNL da bacia do Rovuma.

Estes documentos foram assinados pela Ministra moçambicana dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, e os representantes da ENI East Africa Spa, Fábio Castiglion, e da Anadarko Moçambique Área 1 Lda, John Bretz, numa cerimónia bastante concorrida e que se realizou nas instalações do Banco de Moçambique.
Falando na ocasião, Klemens disse que a assinatura destes contratos marca uma etapa importante do processo que deverá culminar com a implementação destes projectos, que vão contribuir para catapultar a economia nacional.
“Refiro-me o início de produção de Gás Natural Liquefeito nas Áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma, bem como a implementação de outros projectos que dependem do gás natural como matéria-prima, com destaque para a produção de fertilizantes, de combustíveis líquidos e de electricidade, que vão requerer ainda de nós mais trabalho, mais dedicação e mais cooperação entre todas as partes, virada para resultados numa base ‘win-win’”, afirmou a governante.
A ministra garantiu que o Governo de Moçambique continuará a tudo fazer para a materialização dos projectos de liquefação de gás natural da Bacia do Rovuma.
“Gostaria de recordar que os Contratos de Concessão que celebramos, hoje, impõem direitos e obrigações para ambas as partes e, portanto, esperamos da vossa parte o cumprimento das obrigações constantes dos contratos e do quadro legal e contratual aplicável aos projectos a serem implementados nas Áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma”, desafiou a governante.
Por sua vez, o Vice-presidente da Anadarko para o pelouro de Relações Internacionais com o Governo, John Grant, em representação do Vice-Presidente Executivo da Anadarko para GNL Global, considerou a cerimónia um grande passo na trajectória de Moçambique com vista a tornar-se uma das grandes nações produtoras de gás no mundo.
“Neste contexto, congratulamos a Área 4 pelo seu sucesso com a tomada da Decisão Final de Investimento no Campo Coral Sul e desejamos-lhes o melhor nesta importante e emocionante aventura off-shore”, disse Grant, dirigindo-se concrectamente a ENI.
No seu curto discurso, Grant homenageou todos os que trabalharam para que se chegasse a esta etapa de assinatura de contratos, particularmente as equipas de negociação do Governo e das Áreas 1 e 4, assegurando que “queremos continuar com esta cooperação bem-sucedida”
“Ao mesmo tempo que continuamos a trabalhar para tomar a nossa Decisão Final de Investimento, vamos trabalhar com o governo de modo a maximizar as oportunidades que este projecto trará para a industrialização de Moçambique, onde AMA1 (Anadarko Moçambique Área 1) espera contribuir de forma significativa”, disse.
O Director-Geral da Ani East Africa Spa, Fábio Castiglion, vincou que os contratos de concessão e as licenças especiais, também assinadas na ocasião, são de capital importância, pois permitirão a criação de infra-estruturas marítimas comuns, que serão cruciais para o desenvolvimento dos projectos on-shore de gás natural da bacia do Rovuma.
Disse que se tratou de um momento marcante porque, depois de tomada de decisão final de investimento do Projecto do Coral Sul, a 01 de Junho de 2017, o primeiro projecto de género lançado em Moçambique, a ENI África e os seus parceiros da Área 4 avançam mais com acções concretas para a dinamização efectiva do desenvolvimento do sector de hidrocarbonetos em Moçambique.
“Quero realçar que a gestão comum destas infra-estruturas de grande valor estratégico para o país será feita de maneira coordenada, entre as operadoras da Área 4 e 1, ao abrigo do estabelecido no acordo de implementação e gestão de infra-estruturas comuns, assinado ao principio da tarde de hoje pelos operadores”, afirmou.
Essa abordagem, segundo Castiglion, visa garantir a eficiência na gestão dos custos, ao mesmo tempo promover sinergias nas operações em Afungy (distrito de Palma) entre os projectos das duas áreas.
“A ENI Africa e os seus parceiros continuarão a trabalhar no sentido de finalizar o Plano de Desenvolvimento do Projecto on-shore de Palma, que marcará um passo importante na decisão final de investimento desse investimento e que permitirá, não só o início da construção da fábrica do GNL em Afungy, mas também da construção das infra-estruturas marítimas, ora concessionadas”, defendeu.
Segundo o representante da ENI, os dois operadores continuarão a trabalhar por forma a concluir rapidamente as condições precedentes para o inicio da implementação do processo de reassentamento, em estrita observação da lei e do plano aprovado e dos padrões internacionais aplicáveis, de modo a que este seja igualmente uma oportunidade para a melhoria das condições socio-economicas das famílias afectadas.
Na mesma cerimónia, foram assinadas Licenças Especiais para o Projecto de GNL, que vão permitir as operadoras realizarem actividades dentro da zona de protecção especial. Estes documentos foram assinados pela Ministra dos Recursos Minerais e Energia, da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso, Coreia; do Mar, Aguas Interiores e Pescas, Agostinho Mondlane; e dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita.
(AIM)