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Actividade médica não compadece com cobranças ilícitas e desleixo

01/06/2017 08:40
Actividade médica não compadece com cobranças ilícitas e desleixo

O Presidente da República, Filipe Nyusi, insurgiu-se contra cobranças ilícitas, desleixo a higiene e a falta de assiduidade por parte de alguns funcionários do sector da saúde em Moçambique.

Falando hoje, em Maputo, na sessão extraordinária do conselho consultivo do Ministério moçambicano da Saúde, Nyusi sublinhou que a classe médica não compadece com as práticas em alusão.
“Há desleixo na higiene, manutenção, assiduidade e no próprio carinho ao doente. Há também cobranças ilícitas comprovadas. É possível acabar com estas práticas se os gestores trabalharem no terreno”, disse Nyusi, no conselho consultivo que se seguiu a visita que efectou, sucessivamente, ao armazém da central de medicamentos e artigos médicos; ao centro de investigação e treino em saúde da Polana Caniço; e ao Hospital Central de Maputo (HCM).
“Para a população, o verdadeiro doutor é o médico. Aquele que cura. Mas se a própria população reclama significa que tem de se agir porque algo não está bem”, disse.
Nyusi disse ainda ter constatado, com preocupação, vulnerabilidade nas medidas de segurança no depósito de medicamentos; em alguns sectores do centro de investigação em saúde da Polana Caniço; e no próprio HCM.
“Eu vim com um pelotão de gente, incluindo jornalistas, mas não fomos explicados como se comportar dentro de um depósito central de medicamentos. Os extintores também são em número reduzido. Este é um lugar que devia servir de exemplo de como as coisas são protegidas. O mesmo acontece no sector da investigação de vacinas na Polana caniço e em algumas áreas do próprio HCM”, disse.
Nyusi afirmou que “a visita de um presidente não deve significar quebra de procedimentos básicos de segurança sanitária. Temos que inspirar a segurança em todas as áreas da saúde”.
Segundo Nyusi, é tarefa dos gestores da saúde ir ao terreno resolver o problema da administração de medicamentos não aconselháveis; da existência de médicos que não ficam nos hospitais do Estado mesmo recebendo salários do erário público; do problema de hospitais sujos mesmo com gente serventuário; do desvio de medicamentos dos canais oficiais para informais; de actos de corrupção; da falta de qualidade do trabalho prestado a população, principalmente a de baixa renda; entre outros problemas.
O Presidente disse, por exemplo, que algumas áreas do HCM beneficiaram de limpeza nas vésperas da visita. 
É também preocupação do país, segundo Nyusi, melhorar a capacidade de gestão dos medicamentos. “Isto não devia ser um grande problema porque quando se tem pouco é fácil gerir”.
O presidente indicou que o governo tem consciência das dificuldades financeiras que comprometem o pleno desempenho do sector da saúde, principalmente neste momento atípico que o país vive sob o ponto de vista de gestão orçamental.
Disse ainda ter constatado, com preocupação, a degradação da infra-estrutura principal do HCM.
“É uma infra-estrutura já velha que já deu o que tinha a dar, apesar de existirem sinais para manter o hospital a funcionar. Alguns sectores foram reabilitados e tem novo equipamento. Isso é encorajador por espelhar consciência da necessidade de se melhorar o atendimento hospitalar”, afirmou Filipe Nyusi.
O Chefe de Estado moçambicano exigiu a identificação e implementação de políticas sanitárias viradas `a melhoria de resultados no combate a malaria, hiv/sida, mortalidade materno infantil, entre outras áreas. 
(AIM)