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Venson-Moitoi será mais uma vez candidata da SADC à presidência da comissão da UA

30/08/2016 07:57

A actual Ministra dos Negócios Estrangeiros do Botswana, Pelonomi Venson-Moitoi, poderá ser, mais uma vez, a candidata da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ao cargo de Presidente da Comissão da

União Africana (UA), caso os Chefes de Estado e de Governo deste bloco regional o decidam na sua 36ª Cimeira, de dois dias, a iniciar terça-feira em Mbabane, na Suazilândia.

Esta proposta foi tomada pelo Conselho de Ministros da organização e caberá aos 15 líderes da região decidir - se ela vai ser ou não a candidata do bloco na 28ª Cimeira da União Africana a decorrer entre Janeiro e Fevereiro próximos, depois de a pretensão de Venson-Moitoi ao cargo ter sido “chumbada” no 27º encontro realizado em meados de Julho passado em Kigali, no Ruanda.
Para representar Moçambique na Cimeira de Mbabane está o Presidente Filipe Nyusi que se faz acompanhar pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, da Indústria e Comércio, Ernesto Max Tonela, pelos Altos Comissários de Moçambique no Botswana, Domingos Fernandes, na Swazilândia, Luís Silva, quadros da Presidência da República e de outras instituições do Estado.
“Sobre os candidatos às posições da Comissão da União Africana, o Conselho de Ministros endossou a Dra. Pelonomi Venson-Moitoi e exortou os estados membros da SADC a apoia-la nas eleições de 2017”, disse o Príncipe Hlangusemphi, Ministro Swazi de Planificação Económica e Desenvolvimento, que é, desde sábado, Presidente do Conselho de Ministros da SADC.
Para além de apoiar a Chefe da diplomacia tswana na sua pretensão de substituir a sul-africana Nkosazana Dlamini - Zuma, o Príncipe informou ainda que o Conselho de Ministros tinha considerado a lista de candidatos da SADC propostos para várias organizações internacionais e órgãos continentais, incluindo a Comissão da União Africana.
“Portanto, eles (os ministros) endossaram todos os candidatos e exortaram aos estados membros para apoiarem outros candidatos da SADC”, sublinhou.
Na cimeira do próximo ano serão também eleitos o vice-presidente da comissão e oito comissários, cujos mandatos também terminaram.
Nkosazana Dlamini-Zuma anunciou, no passado mês de Abril, que não se candidataria a um segundo mandato e abandonaria o cargo à frente da organização pan-africana na cimeira de Kigali. 
Mas ela não chegou a ser substituída porque todos os candidatos que se apresentaram a corrida foram rejeitados, depois de alguns Chefes de Estado e de Governo africanos presentes em Kigali terem evocado o “perfil débil” dos concorrentes.
Três candidatos concorriam para a substituição da diplomata sul-africana. 
Entre eles estavam duas mulheres: Specioza Wandira Kazibwe, do Uganda, e Pelonomi Venson-Moitoi, para além de Agapito Mba Mokuy, político da Guiné Equatorial, país que aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), há dois anos.
A primeira destacava-se dos outros candidatos por ter um perfil mais internacional, tendo sido enviada especial das Nações Unidas para o SIDA em África, vice-Presidente do Uganda, entre 1994 e 2003, e primeira mulher africana a ocupar esse cargo no Continente Africano. Kazibwe faz, actualmente, parte do painel de sábios da UA, um dos pilares da estratégia de paz e segurança.
Enquanto isso, Agapito Mba Mokuy, Ministro dos Negócios Estrangeiros, era o concorrente mais jovem, e tinha sido o primeiro a oficializar a candidatura e pessoa que mais recursos económicos tinha mobilizado para a campanha.
Os três candidatos eram apoiados pelos blocos regionais onde os seus países estão inseridos, nomeadamente a SADC; a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
(AIM)