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Venda de acções dos CFM rende 106 milhões de dólares

02/08/2016 12:39
Venda de acções dos CFM rende 106 milhões de dólares

Entretanto, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, citado esta terça-feira pelo “Diário de Moçambique”, garantiu que o negócio efectuado pelos CFM não significa a venda definitiva dos seus activos no CLN.

A empresa CFM é proprietária de todos os activos ferro-portuários no país, dentro de programas de concessões, devidamente estabelecidos, com um determinado período de validade. Os activos em causa reverterão a favor da empresa de acordo com o estipulado no acordo e na lei das Parcerias Público-Privadas”, esclareceu o governante. 
A referida reestruturação accionista tem como objectivo viabilizar a logística do carvão de Moatize (no centro) nos vários segmentos da cadeia, nomeadamente os terminais de carvão de Nacala-à-Velha (norte) e de carga geral, incluindo o serviço de transporte ferroviário de passageiros. 
Para permitir a implementação do novo modelo de investimento no CLN, que requer um investimento massivo, foi realizado um estudo de viabilidade, visando avaliar vários cenários, no sentido de se obter uma perspectiva clara sobre o impacto que cada parceiro poderá ter do ponto de vista de inserção de capitais, ou mesmo de inserção de dividendos. 
“Isto tudo aconteceu num momento em que o preço do carvão mineral andava nos 140 a150 dólares por tonelada. A realidade mostra, nos últimos tempos, que esse cenário inverteu-se, devido à conjuntura financeira e económica mundial, com particular ênfase sobre os preços das commodities, nomeadamente carvão, gás natural, petróleo, níquel, entre outros”, disse Carlos Mesquita. 
Para o governante, este pressuposto alterou substancialmente os resultados dos vários modelos financeiros que tinham sido estudados. “A Vale Moçambique continua a operar com prejuízos, razão pela qual foram criadas condições para que junto do Governo houvesse uma aceitação para a venda de parte da sua participação, na mina de Moatize, permitindo assim a entrada de um parceiro estratégico”, sustentou. 
Com efeito, a multinacional japonesa Mitsui vai adquirir uma fatia da participação da Vale, assim como no projecto ferroviário para o escoamento da produção, como forma de equilibrar a balança durante o período de baixos preços das commodities. 
Na opinião do ministro dos Transportes e Comunicações, o facto de a Mitsui ser também um dos compradores do carvão, a sua entrada na logística garante ao Governo a existência de um cliente cativo, o que é importante na cadeia de negócio. 
Esta operação trouxe para o projecto um financiamento na ordem de 3 biliões de dólares norte-americanos, dos quais 2 biliões, para a cadeia logística de transporte e produção de carvão em Moçambique. 
“O remanescente do financiamento será enquadrado na cadeia de produção e transporte de carvão de Moatize, através do Malawi, para o porto de Nacala”, concluiu Mesquita.