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UNICEF preocupado com aumento de crianças fora da escola

06/09/2017 11:37
UNICEF preocupado com aumento de crianças fora da escola

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima em cerca de 11,5 por cento o número de crianças em idade escolar, ou seja 123 milhões que estão nos dias de hoje a perder a aprendizagem, com idades entre os seis e 15 anos.

O universo, quando comparado aos cerca de 12,8 por cento, ou seja, 135 milhões registados em 2007, permite concluir o número de crianças fora da escola, quase não diminuiu na última década.

Níveis prevalecentes de pobreza, conflitos prolongados e emergências humanitárias complexas estão, segundo o UNICEF, entre as causas que causaram a estagnação da taxa, daí a agência da ONU pedir mais investimentos para fazer face às razões que mantêm as crianças vulneráveis fora da escola.
“Os investimentos destinados a aumentar o número de escolas e professores para coincidir com o crescimento da população não são suficientes. Esta abordagem de fazer as coisas como sempre (business-as-usual) não permitirá que as crianças mais vulneráveis possam ir à escola – e ajudá-las a atingirem o seu pleno potencial – se elas continuam a vítimas da pobreza, privação e insegurança,” disse Jo Bourne do UNICEF.
A fonte disse, por outro lado, que os governos e a comunidade internacional devem dirigir seus investimentos para a eliminação dos factores que impedem as crianças de frequentar a escola em primeiro lugar, incluindo, tornar a aprendizagem e o ensino seguro e melhorado.
As crianças vivendo nos países mais pobres e em zonas de conflito são desproporcionalmente afectadas. Dos 123 milhões de crianças que ficam fora da escola, 40 por cento vivem em países menos desenvolvidos e 20 por cento vivem em zonas de conflito. 
A África Subsaariana e o sul da Ásia – com seus altos níveis de pobreza, rápido crescimento populacional e recorrentes emergências – contam 75 por cento da população em idade escolar, a nível global, que se encontra fora da escola primária e do ensino secundário do primeiro grau.
Todavia, tem havido algum progresso. A Etiópia e o Níger, que estão entre os países mais pobres do mundo, fizeram muitos progressos nas taxas de matrícula de crianças em idade escolar primária na última década, com um aumento de mais de 15 por cento e cerca de 19 por cento, respectivamente. 
As lacunas de financiamento à educação em situação de emergências estão a afectar o acesso das crianças a escola em zonas de conflito. Em média, menos de 2,7 por cento de apelos humanitários mundiais são utilizados para a educação. 
Passados seis meses do ano 2017, o UNICEF recebeu apenas 12 por cento do financiamento necessário para proporcionar educação às crianças vivendo em situações de crises. Mais fundos são urgentemente necessários para resolver o crescente número e complexidade das crises e para dar às crianças a estabilidade e as oportunidades que merecem. 
(AIM)