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Solução a vista para autocarros sem assistência técnica

15/09/2016 08:15
Solução a vista para autocarros sem assistência técnica

O Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, revelou estar em fase conclusiva a construção e apetrechamento de uma oficina multimarca na cidade da Matola, província de Maputo, Sul de Moçambique, destinada a responder à necessidade de assistência técnica aos meios circulantes para o transporte público urbano.

A aposta do governo, segundo Mesquita, é evitar as recorrentes situações de o Estado adquirir meios circulantes que durem muito menos tempo do que a sua vida útil, devido a mera falta de manutenção.
O governante, que discursava hoje na sessão de abertura do Primeiro Simpósio do Transporte Urbano de Passageiros, organizado por ocasião dos 80 anos da criação da actual Empresa Municipal de Transporte Rodoviário de Maputo (EMTPM), arrolou variados problemas que enfermam o sector dos transportes nas zonas metropolitanas do país.
A empresa, criada na então cidade de Lourenço Marques, actual Maputo, passou por diversas etapas transformacionais das quais a mais recente aconteceu em 2011 quando, através da resolução da Assembleia Municipal, foi criada a EMTPM.
No entanto, durante o seu percurso administrativo, a empresa foi adquirindo diversas marcas de autocarros (Leyland, AVM, Man Diesel, Mercedes Benz, Yutong, VW, Tata entre outras). A situação tornou muito mais difícil garantir-se assistência técnica a essas unidades e, por conseguinte, criou-se um património de machimbombos sem esperança de voltar a circular.
O vasto parque de autocarros cuja aquisição custou elevadas somas ao Estado moçambicano constituiu um enorme prejuízo pelo facto de, na maioria dos casos, terem parado sem sequer completar o seu tempo de vida útil ao serviço do transporte público.
Mesquita apontou, a título de exemplo, o facto de verificar-se actualmente uma fraca oferta do serviço de transporte urbano de passageiros o que provoca a superlotação dos meios de transporte; maior tempo de espera dos passageiros nas paragens e terminais, sobretudo nas horas de ponta.
“Igualmente verifica-se um deficiente congestionamento e consequente redução do número de viagens”, disse a fonte.
Na óptica do ministro, as causas da actual realidade já estão devidamente identificadas e se resumem na exiguidade das frotas dos operadores; deficiente ou saturação da rede viária das principais cidades; desajustamento entre a tarifa cobrada e os custos operacionais do transporte; deficiente assistência técnica, gestão, entre outras.
Todavia, como medidas de impacto imediato a fonte disse que o executivo está a apostar no reforço da frota dos transportes para aumentar a disponibilidade dos meios, tendo em conta as dificuldades financeiras que afligem os operadores públicos e privados.
“Nesta base, adquirimos 86 autocarros que foram alocados a operadores públicos de todas as capitais provinciais, incluindo a cidade de Nacala. No presente ano, adquirimos mais 50 unidades que já foram entregues ao sector privado”, disse Mesquita.
Na ocasião, destacou os resultados do recente Projecto-piloto de Faixas de Rodagem Exclusivas para o Transporte Público de Passageiros, na rota Zimpeto/Baixa/Museu, destinado a assegurar maior mobilidade dos transportes públicos de passageiros nas horas de ponta na urbe. Para a sua entrada em funcionamento, foram disponibilizados 50 autocarros.
Os seus resultados, segundo Mesquita, são bastante encorajadores, uma vez que permitiu a subida da quantidade de viagens realizadas por cada autocarro e a consequente redução do tempo de viagem.
As faixas dedicadas permitiram ainda aumentar a oferta de transporte para cerca de 45 mil passageiros por dia, contra a anterior oferta de cerca de 30 mil no corredor em questão, ligando a cidade às zonas periféricas da urbe.
A expectativa do governo é que a solução do problema de transporte público de passageiros que afecta as cidades não resida apenas na aquisição de novos autocarros. 
Para o efeito, o governo, segundo Mesquita, continua a trabalhar na intermodalidade do transporte público urbano, bem como na melhoria das condições à assistência técnica oficinal.
(AIM)