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Seca impõe racionalização do uso de água na região sul

31/12/2015 08:21
Seca impõe racionalização do uso de água na região sul

A região sul de Moçambique está a enfrentar a pior estiagem dos últimos 20 anos, facto que está a condicionar a disponibilidade de água para os diferentes fins, impondo-se a racionalização do seu uso.

Face a este fenómeno, a Direcção Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos (DNGRH) apela à população e sociedade em geral para a observância de medidas de racionamento tendo em vista minimizar o impacto da falta de chuvas.
Com efeito, a fonte da DNGRH é citada pelo Jornal “Noticias” como tendo dito que os rios desta região estão a registar escoamento baixo a nulo e a estiagem, associada ao fenómeno El-Nino/Oscilação Sul (ENSO), apresenta-se como a pior, atendendo ao episódio similar ocorrido na época chuvosa 1996/1997.
A situação mais crítica neste momento, segundo informações facultadas pela DNGRH, é a do rio Limpopo e seus afluentes, que se apresenta na condição de leito seco.
Como resultado, a albufeira de Massingir regista diminuição progressiva do nível de armazenamento, situando-se a seis por cento do volume útil de exploração devido à inoperacionalidade dos descarregadores de fundo.
A albufeira de Massingir, a maior da zona sul do país, apesar de não estar a receber contribuições significativas de países a montante, que também enfrentam a pior estiagem dos últimos anos, ainda dispõe de água na cota 115 metros.
Entretanto, devido à inoperacionalidade dos descarregadores de fundo estão a ser disponibilizados, a jusante, apenas 30 metros cúbicos por segundo, caudal insuficiente para as necessidades, considerando que o leito principal se apresenta completamente seco.
O Boletim Hidrológico da Direcção Nacional dos Recursos Hídricos aponta que o rio Limpopo apresenta-se com leito seco na região de Combomune e no Chókwè com a leitura a apontar o nível de 0,15 metro, sendo possível atravessar a pé duma margem para a outra.
Pelos mesmos motivos o nível de enchimento nas albufeiras dos Pequenos Libombos e Corumana regista uma ligeira redução, situando-se a 47 por cento e 29 por cento, respectivamente.
A barragem dos Pequenos Libombos disponibiliza 4,11 metros cúbicos por segundo de água para o abastecimento à zona metropolitana de Maputo e a falta de escoamentos a montante pode comprometer a disponibilidade do precioso líquido, visto que já está abaixo da metade da capacidade de retenção.
A expectativa que existe é de que no período que vai de Janeiro a Março haja alguma melhoria do cenário, atendendo às previsões meteorológicas apresentadas anteriormente pelo Instituto Nacional de Meteorologia.
Entretanto, para as regiões centro e norte apela-se igualmente à tomada de medidas de precaução ao atravessar os leitos dos rios, uma vez que estes registam algum escoamento.
Por outro lado, a albufeira de Nampula regista incremento do nível de enchimento, situando-se na ordem de 41 por cento e a de Nacala mantém-se em 89 por cento.
Na região centro o nível de enchimento nas albufeiras de Cahora Bassa (HCB) e Chicamba mantém-se em 62 por cento e 24 por cento, respectivamente. A HCB continua a efectuar descargas na ordem de 1.900 metros cúbicos por segundo.