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SIDA - falha nos objectivos globais ameaça vida das crianças

01/12/2017 14:21
SIDA - falha nos objectivos globais ameaça vida das crianças

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima em 120 mil o universo de crianças menores de 14 anos que morreram vítimas de causas relacionadas à SIDA e 18 crianças infectadas com o vírus HIV a cada hora.

Segundo a agência da ONU, caso as actuais tendências persistam, haverá 3.5 milhões de novas infecções de HIV entre os adolescentes até 2030, de acordo com as projecções da Actualização Estatística do UNICEF sobre Crianças e SIDA 2017 divulgadas hoje.

É inaceitável que continuemos a ver tantas crianças morrendo de SIDA e tão pouco progresso para proteger os adolescentes de novas infecções por HIV, disse Chewe Luo, Chefe da Secção do HIV/SIDA do UNICEF. 
A epidemia de SIDA, segundo Luo, está longe de ter acabado e ainda ameaça a vida de crianças e de jovens, daí que acções suplementares devem ser levadas a cabo para evitar isso.
No país, segundo os dados do IMASIDA, a prevalência do HIV entre a população adulta (15-49 anos) é de 13,2 por cento, uma diferença de cerca de 1,7 por cento relativamente ao Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV/SIDA em Moçambique (INSIDA), feito em 2009.
Uma análise do UNICEF sobre as tendências demográficas e os novos dados sobre o HIV revela que os objectivos estabelecidos no quadro Start Free, Stay Free, AIDS Free, desenvolvido em 2016 para acelerar as acções com vista a eliminar a SIDA entre crianças de então até 2020, não serão alcançados.
No entanto, registaram-se alguns progressos na luta contra a SIDA, entre eles a prevenção da transmissão vertical do HIV (mãe-filho), que permitiram evitar que cerca de dois milhões de novas infecções ocorresse entre crianças desde 2000. 
Todavia, o UNICEF adverte que o progresso não deve levar à complacência, pois a Actualização Estatística destaca que as crianças dos zero aos quatro anos de idade, vivendo com HIV, enfrentam o maior risco de morte relacionada à SIDA em comparação com outras faixas etárias.
O teste e tratamento pediátrico do HIV é realizado tardiamente, com apenas 43 por cento dos bebés expostos ao HIV a serem testados nos primeiros dois meses de vida recomendados e a mesma percentagem de crianças que vivem com HIV a receberem tratamento anti-retroviral, portanto essencial para a sua sobrevivência.
O UNICEF afirma que o progresso na prevenção de novas infecções por HIV entre adolescentes e a melhoria dos testes e tratamento em adolescentes têm sido inaceitavelmente lentos.
Só no ano transacto, 55 mil adolescentes (de 10-19 anos) morreram por causas relacionadas à SIDA, 91 por cento delas na África subsaariana. Os dados também revelam uma preocupante disparidade de género: para cada cinco adolescentes que vivem com HIV, existem sete meninas da mesma idade.
Continuar com esta lenta taxa de progresso é apostar com a vida das crianças e comprometer as gerações futuras a uma vida evitável de HIV e SIDA', acrescentou a Dra. Luo. 'Devemos agir com urgência para sustentar os ganhos que fizemos na última década, disse a fonte.
Desta feita, o UNICEF propõe um caminho a seguir para abordar as lacunas na resposta ao HIV que inclui o investimento e a utilização de inovações emergentes, como o auto-teste de HIV, profilaxia pré-exposição e novos medicamentos pediátricos.
No pacote de medidas destaca-se igualmente a ampliação da resposta a favor das crianças, incluindo a expansão dos programas de tratamento e o investimento em novas TSD (tecnologias simplificadas de diagnóstico) para o diagnóstico precoce infantil do HIV, refere o comunicado do UNICEF por ocasião do Dia Mundial de luta contra a SIDA. 
(AIM)