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Projecto FLNG coloca Moçambique na rota do comércio mundial do gás

02/06/2017 07:54
Projecto FLNG coloca Moçambique na rota do comércio mundial do gás

O Presidente da República, Filipe Nyusi, considera que o lançamento do projecto de construção da unidade flutuante de gás natural liquefeito (FLNG) , um evento que lugar hoje, em Maputo, coloca Moçambique na rota do comércio mundial do gás e marca um precedente no desenvolvimento social e económico do país.

“Acabamos de testemunhar o lançamento de um projecto estruturante da nossa economia que, certamente, vai ter um grande impacto nas nossas vidas. Moçambique entra indubitavelmente na rota do comércio do gás, marcando um precedente no desenvolvimento do país”, afirmou Nyusi.
No seu discurso, que formalizou o lançamento do projecto FLNG de Coral Sul, na província nortenha de Cabo Delgado, Nyusi disse que o momento se torna inesquecível pelos momentos de “hesitação, incertezas e nervosismo” que antecederam a presente fase.
O projecto, que será implementado ao longo dos próximos cinco anos, está orçado em cerca de oito biliões de dólares norte-americanos, dos quais seis biliões já garantidos.
O projecto, segundo Nyusi, assegura o desenvolvimento de um programa de industrialização orientado para agregar valor aos recursos nacionais, substituindo, gradualmente, a dependência em importações.
Disse que nos últimos três anos, o comportamento do mercado foi adverso, caracterizado pela queda dos preços dos produtos energéticos, devido a relativo excesso da oferta, bem como pelo abrandamento do crescimento das economias desenvolvidas. “Isto teve implicações no cumprimento do calendário previamente estabelecido para o projecto”. 
Por isso, disse Nyusi, o Executivo teve que tomar um conjunto de medidas que consistiram em “renunciar as imediatas vantagens económicas para garantir a viabilidade e sustentabilidade do negócio”.
Entre as medidas destaca-se o recurso à construção de uma unidade flutuante ao largo da costa do distrito de Palma, a venda de quase toda a produção a um único cliente, a BP, para além de ter-se sacrificado, numa primeira fase, os benefícios financeiros e o abastecimento do mercado doméstico. 
“A audácia nas decisões visou assegurar o futuro com firmeza, garantindo o equilíbrio entre o ideal, o possível e o imperativo”, disse.
Acrescentou que o empreendimento marca o início da transformação, em dinheiro, embora de forma não imediata, de um recurso que o país dispõe. 
Nyusi sublinhou que a decisão final de investimento do projecto significa a mudança de percepção sobre o país, para além de que, o próprio projecto alavanca a equação de desenvolvimento com espectativas na redução do défice nas contas públicas. 
A margem do lançamento, foram assinados, entre o governo e as concessionárias (a italiana Eni; a portuguesa Galp Energia; a sul coreana Kogas; a chinesa CNPC e a moçambicana ENH), os acordos de financiamento do projecto e o complementar do Coral Sul que define o enquadramento legal do projecto.
Foram também assinados contratos para a construção da plataforma de perfuração, sistemas de produção submarinos, bem como o de engenharia, aprovisionamento, construção, instalação e comissionamento da unidade flutuante.
(AIM)