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Professores paralisam actividades em Gaza

05/10/2017 16:38
Professores paralisam actividades em Gaza

Professores das escolas secundárias de Xai-Xai, Chibuto, Chókwè, Limpopo e Chonguene, na província meridional de Gaza, em Moçambique, decidiram paralisar as suas actividades desde segunda-feira, reivindicando o pagamento de horas extras.

Segundo o jornal “Diário de Moçambique”, os grevistas alegam que é uma situação que se regista desde 2016, tendo atingido o extremo no presente ano lectivo.

Exigimos o valor das nossas horas extras e factor 1,5 referentes ao mês de Setembro do ano passado e outros valores relativos aos meses de Janeiro até Maio de 2017”, disse um dos grevistas que pediu anonimato.
Só na cidade de Xai-Xai, o epicentro, a greve abrange cerca de 500 professores, todos das escolas secundárias e técnico-profissionais.
Dada a gravidade da situação, o sector de Educação e Desenvolvimento Humano e da Economia e Finanças, ao nível da província de Gaza reuniu-se de emergência com os grevistas, na tentativa de encontrar alguma solução do problema e salvaguardar os direitos dos alunos.
Mas tudo foi água abaixo, porque mesmo durante as conversações com as duas direcções, a sentença da maioria dos professores que falaram em representação dos demais docentes foi mesmo de que “às salas só regressaremos depois de uma luz verde nas nossas contas bancárias”.
O “Diário de Moçambique” acompanhou a referida reunião durante a qual a directora provincial da Economia e Finanças de Gaza, Romana Baulane, disse que a situação constitui, também, “preocupação do Governo e de todos os sectores ligados”.
Ela informou que no mesmo dia (segunda-feira) “o expediente relativo ao pagamento das horas extras e 1,5 (dos professores em greve)” tinha sido enviado às instituições centrais na capital Maputo.
Não avançou quaisquer datas para o início dos respectivos pagamentos, mas pediu aos grevistas para a contenção dos ânimos e regresso aos seus postos de trabalho.
Refira-se que, minutos antes da reunião, realizada no refeitório da Escola Secundária Joaquim Chissano, cidade de Xai-Xai, os grevistas condicionaram a realização da mesma com a presença dos órgãos de Comunicação Social, alegando que o assunto para o debate “é do interesse público”.
“Não há nada de fofocas, todos devemos falar de forma franca e aberta, aliás, depois desta reunião, não queremos que amanhã alguns de nós sofram represálias ou sejam vítimas de processos disciplinares ou transferências arbitrárias”, disse um dos professores, dirigindo-se às chefias das duas direcções províncias, presentes no encontro.
Outros professores chegaram ainda a acusar o actual secretário provincial da ONP ao nível de Gaza, identificado apenas por Massingue, de alegadamente não estar a corresponder aos anseios da massa associativa.
(AIM)