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Produção de açúcar pode reduzir devido à seca

04/04/2016 10:56
Produção de açúcar pode reduzir devido à seca

A produção de açúcar em Moçambique vai reduzir este ano, como consequência da seca prolongada que assola algumas regiões do país, com destaque para o sul, comprometendo, desde modo, o cumprimento das metas estabelecidas pelo sector.

Segundo o director executivo da Associação dos Produtores de Açúcar de Moçambique (APAMO), João Jeque, em 2014 o sector produziu 3,3 milhões de toneladas de cana sacarina, quantidade que não será alcançada este ano devido a seca.
Jeque revelou o facto durante a 6ª Conferencia Internacional do Açúcar que decorre em Maputo, evento que tem em vista identificar estratégias para melhorar a produção e produtividade do açúcar, bem como a sua comercialização.
Das 3,3 milhões de toneladas de cana produzidas em 2015,segundo Jeque, entre 20 a 24 por cento provém dos camponeses.
“Esta quantidade de cana serviu para produzir cerca de 330 mil toneladas de açúcar, meta que gostaríamos de repetir, mas que, com a seca, está claro que não poderemos alcançar”, disse a fonte, explicando que está em curso um estudo para aferir até que ponto este fenómeno vai afectar a produção.
Jeque sublinhou que o impacto real só será conhecido após a conclusão deste estudo, tendo em conta que a seca ainda está em progresso.
Em média, segundo Jeque, o país produz 450 mil toneladas de açúcar anualmente nas quatro fábricas existentes e consome menos de 200 mil toneladas. O remanescente é exportado para o mercado da União Europeia (mercado principal), para a região austral de África (SADC) e resto do mundo.
Jeque disse esperar que cada país participante deste encontro apresente a sua visão sobre o futuro do sector, com enfoque no aumento da produção e produtividade e, ainda, na melhoria da comercialização.
“Nota-se que ainda existem países que ainda não deram nenhum passo para o uso de processos modernos. Continuam a usar técnicas clássicas. A modernização é um processo gradual”, disse.
Para o caso de Moçambique, a fonte explicou que o processo de recuperação do sector açucareiro ganhou ímpeto na década 90, uma iniciativa que para além de repor a capacidade industrial coincidiu com a sua modernização, tendo dado um salto qualitativo, com o uso de tecnologia moderna.
Jeque apontou que Moçambique produz açúcar suficiente para o consumo interno e para exportação, mas que, infelizmente, os produtores nacionais continuam a ser confrontados com a importação ilegal deste produto.
“A entrada ilegal de açúcar em Moçambique é um fenómeno que continua porque a implementação das medidas tomadas pelo Governo e gradual”, explicou o director executivo da APAMO.
Todavia, com as medidas tomadas pelo Governo, como o agravamento das taxas de importação do açúcar, Jeque acredita que este mal vai conhecer o seu fim.