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Prevalência do HIV aumenta para 13,2 por cento em Moçambique

09/05/2017 07:19
Prevalência do HIV aumenta para 13,2 por cento em Moçambique

As Novas estimativas da taxa de prevalência do HIV no país mostram um aumento para 13,2 por cento entre a população adulta dos 15 aos 49 anos de idade, contra a cifra anterior que rondava os 11,5 por cento na sequência do estudo feito em 2009.

A taxa consta do Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA em Moçambique (IMASIDA), lançado publicamente hoje, em Maputo, com objectivo de determinar a prevalência do HIV/SIDA na população em geral e fornecer informações sobre outros indicadores de saúde da mulher e da criança no país.
O Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV/SIDA em Moçambique (INSIDA), realizado em 2009, reportou uma prevalência de 11,5 por cento em adultos dos 15 aos 49 anos de idade. O aumento na prevalência nacional do HIV entre 2009/15 não é estatisticamente significativo.
No sentido de determinar a taxa de seroprevalência, segundo a equipa de investigadores que levou o trabalho a cabo, foram entrevistados um total de 5.283 homens e 7.749 mulheres em 7.169 agregados familiares, no período entre Junho e Dezembro de 2015.
No final, o IMASIDA concluiu que a prevalência é maior nas mulheres (15,4 por cento) do que nos homens (10,1 por cento). O estudo mostra que a seroprevalência é maior na área urbana (16,8 por cento) em relação à zona urbana (11 por cento).
No que respeita as prevalências por província, Tete aparece com a seroprevalência mais baixa na ordem de 5,2 por cento e Gaza no sul do país continua com a mais alta prevalência 24,4 por centro.
O estudo alerta igualmente que a prevalência é maior nas mulheres do que nos homens em todas as províncias moçambicanas, com a excepção de Nampula onde a realidade é diferente.
Segundo o IMASIDA, tanto nos homens como nas mulheres a prevalência do HIV atinge o seu pico na faixa etária dos 35 aos 39 anos (17 por cento para os homens e 23,4 por cento para as mulheres). 
Nos jovens de 14 aos 24 anos, 6,9 por cento estão infectados pelo vírus da doença. Neste subgrupo etário, a prevalência também é maior nas mulheres (9,8 por cento) do que nos homens (3,2 por cento). Os jovens nas áreas urbanas apresentam uma prevalência mais elevada que os jovens nas áreas rurais (8,1 e 6,1 por cento respectivamente).
A outra constatação do estudo sobre a prevalência do HIV reside no facto de o vírus existir num contexto de conhecimento e comportamento, igualmente medidos pelo IMASIDA.
Segundo a constatação do estudo, o conhecimento da prevenção da transmissão do HIV reduziu no período entre 2009/15. Actualmente, 56 por cento dos homens e 47 por cento de mulheres sabem que é possível reduzir o risco de contágio pelo HIV usando o preservativo e limitando as relações sexuais a um único parceiro não infectado.
O investigador principal do estudo IMASIDA, Francisco Mbofana, disse que os resultados chamam atenção para a necessidade de readaptação das intervenções. Primeiro no sentido de saber o que fazer mas também onde fazer.
“Compreendemos claramente que há ainda desafios em relação ao conhecimento e, portanto, comportamento de risco, daí que temos de trabalhar no sentido de passar mais conhecimento às pessoas”, disse Mbofana, anotando porém que a melhor forma de lutar contra o HIV está na contenção de novas infecções e não contrair para depois procurar o tratamento.
Segundo a fonte, do ponto de vista geográfico, há dados que indicam a necessidade de centrar as atenções em zonas onde até muito recentemente se pensava que a situação estava sob controlo, como é o caso de Niassa e Cabo Delgado (norte do país) que aumentaram para 7,8 e 13,8 por cento respectivamente. 
O universo da população infectada no país, segundo o investigador principal, é na ordem de 1,5 milhões de habitantes, mas com o mais recente estudo cujos resultados foram inclusivamente validados far-se-á um novo cálculo do impacto demográfico, devendo nos próximos 60 dias ter as estimativas.
O relatório final do IMASIDA, cuja produção contou com o apoio de vários parceiros, que inclui dados sobre todos os outros indicadores de saúde será publicado em Agosto próximo.
(AIM)