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Preço de milho dispara em Tete

29/01/2016 12:31
Preço de milho dispara em Tete

O preço de milho ‘disparou’ de 90 meticais para 400 meticais (o dólar EUA equivale a aproximadamente 46 meticais) a lata de 16 quilogramas em alguns distritos da província de Tete, centro de Moçambique.

Esta subida galopante deve-se à escassez deste cereal, causada pela grande procura por parte de consumidores alguns dos quais assolados pela estiagem.
Dôa é um dos distritos onde os vendedores de milho decidiram aumentar o preço de 90 para 400 meticais a lata.
Este preço exorbitante está a pôr em causa as duas principais refeições diárias para os habitantes desta região.
A situação está a concorrer para bolsas de fome no distrito de Dôa e em outros como Mutarara, Changara, Marara, Cahora Bassa e Mágoè, locais mais afectados pela estiagem.
O administrador de Dôa, Domingos Viola, minimizou a situação, quando Terça-feira falava à imprensa, afirmando que a falta de comida não é abrangente.
Viola disse ainda que os distritos de Angónia, Tsangano e Macanga, considerados celeiros de Tete podem salvar a situação.
Dôa é uma região que tem sofrido os efeitos combinados de estiagem ou seca e inundações ou cheias, porque possui partes banhadas pelo rio Zambeze. Este rio tem recebido grandes volumes de água proveniente das chuvas, mas este ano está a acontecer o inverso.
Nos mercados da cidade de Tete, a capital provincial, o cenário é o mesmo. Por exemplo, no mercado Kwachena a lata de milho é vendida a 350 meticais. O mais grave ainda é que as latas usadas pelos vendedores aparecem achatadas, sendo que a quantidade do milho não chega a atingir 16 quilogramas.
A AIM visitou esta Terça-feira alguns locais de venda de milho, tendo constatado que o maior número de clientes são mulheres que procuram este cereal para a farinação.
“Estão a exagerar. Estão a aplicar preços de proibição. Não sabemos quando é que este problema de fome vai terminar”, lamentou Joana Zacarias, que mesmo assim, comprou uma lata de milho.
“Uma lata de milho estava 200 meticais, mas estamos agora a comprar por 350 a 400 meticais. Já estamos a passar mal”, disse Laurinda Joaquim, que afirmou ter percorrido quase todo o mercado a ver se encontrava algum preço mais baixo.
Torres Alberto, um dos vendedores de milho, explicou que “nós não aumentamos o preço para prejudicar os nossos clientes, mas o problema começa lá onde compramos para a revenda. Lá o preço subiu também”.
Mateus Simão, outro cidadão que vende milho, afirmou que “o preço do milho agravou em Angónia, Tsangano, onde compramos. Os produtores dizem que há estiagem e as suas culturas nas machambas estão a secar”.
“Para conseguirmos comprar o milho nos distritos já é guerra, nestes últimos dias. Os produtores aplicam os seus preços e para nós ganharmos alguma margem aumentamos também”, disse Mateus Simão.
No mercado Kwachena vende-se uma vasta gama de produtos introduzidos por cidadãos moçambicanos e estrangeiros, caso de malawianos.