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Paz efectiva depende da participação de todos

30/06/2017 07:37
Paz efectiva depende da participação de todos

O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafiou a população de Tete a se envolver, a partir das suas zonas de residência, no processo de reconciliação nacional, no âmbito do diálogo em curso visando o alcance de uma paz efectiva em Moçambique.

O Chefe do Estado moçambicano falava hoje na vila de Chitima, distrito de Cahora-Bassa, a sul da província central de Tete, durante um comício popular por ele orientado e que marcou o primeiro dia da sua visita de trabalho de três dias a esta parcela do país.
Como que a responder os apelos à paz efectiva em Moçambique, lançados pela população de Chitima através de mensagens e canções, Nyusi assegurou que “estamos a dialogar”, numa referência aos contactos que tem mantido com o líder do maior partido da oposição, a Renamo, Afonso Dhlakama, e que permitiu que o país observasse, actualmente, uma trégua das hostilidades por tempo indeterminado.
“O diálogo, a todos os níveis, é fundamental para a paz”, afirmou Nyusi, defendendo que “a paz não depende de um grupo de pessoas. Depende de todos nós”.
Nessa perspectiva, convidou a população a abraçar o caminho da tolerância e reconciliação, cada um na zona de residência, para que, de facto, este processo de diálogo possa culminar com o estabelecimento de uma paz efectiva.
Algumas correntes de opinião pública, sobretudo no seio da sociedade política no país, têm vindo a manifestar preocupação porque consideram haver atrasos no processo de diálogo ora em curso, chegando a imputar ao governo as responsabilidades dessa situação.
Comentando a este cenário, Nyusi reconheceu a existência de algum atraso, defendendo, porém, que a responsabilidade deve ser imputada a todos os intervenientes.
“Estamos a dialogar. É verdade que há atrasos. É uma responsabilidade conjunta”, anotou o Presidente, reiterando a necessidade da contribuição de todos os moçambicanos para o sucesso desta nobre missão de procura de uma paz efectiva.
Na ocasião, Nyusi alertou à população contra a existência de indivíduos que se têm desdobrado pelos bairros de algumas zonas de Tete a espalhar mensagens de incitação a desordem e confusão, com objectivos pouco claros.
Segundo Nyusi, tais indivíduos chegam a impedir as crianças de ir a escola ou de beneficiarem de outros serviços sociais.
“Isto é uma nova guerra, uma guerra perigosa contra a qual temos de ser vigilantes”, exortou Nyusi, explicando que, na sua maioria, são pessoas que não trabalham e querem criar confusão no seio da população.
Acrescentou que este comportamento tem estado, também, a ser protagonizado por algumas seitas religiosas, que não as apontou.
Sobre a sua visita a Tete, o Chefe de Estado disse ter vindo a esta província para monitorar o grau de execução dos programas de governação.
“Estamos no terreno para ver como é que as coisas estão a ser feitas. Viemos trabalhar para o bem-estar do povo”, afirmou o Presidente da República, explicando que “o bem-estar significa ter estradas, hospitais, escolas, água potável e, sobretudo, ter comida para todos”.
Durante o comício, a população elogiou os avanços significativos que se registam no país, particularmente naquele distrito, na implantação de infra-estruturas socio - económicas e na melhoria das condições de vida da população.
Contudo, a população de Chitima, pediu mais salas de aula, expansão da rede de energia eléctrica a outras localidades do distrito, melhoria de vias de acesso e apoio em instrumentos de produção para o aumento da produção e produtividade.
Antes do comício, o Presidente da República visitou uma empresa de pesca na localidade de Nhabando e a feira agro-pecuária provincial, patente em Chitima, expondo as potencialidades de todos os distritos de Tete. No período da tarde, o Chefe de Estado orientou a sessão extraordinária do governo provincial alargada a outros quadros. 
No prosseguimento da sua visita, que termina sábado, Nyusi escala, esta sexta-feira, os distritos de Marávia e Macanga, para sábado trabalhar no distrito de Doa e na cidade de Tete, a capital provincial.
(AIM)