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Parceiros da área 4 e BP assinam acordo para compra e venda de gás natural

05/10/2016 08:00
Parceiros da área 4 e BP assinam acordo para compra e venda de gás natural

O consórcio do Bloco da Área 4 em Moçambique, liderado pela multinacional italiana ENI, assinou hoje um acordo vinculativo com a BP Poseidon Ltd., uma empresa totalmente controlada pela BP Plc, para a venda de Gás Natural Liquefeito (GNL) que será produzido na fábrica flutuante a ser instalada no Campo de Coral Sul na Bacia do Rovuma.

Um comunicado de imprensa enviado à Redacção da AIM refere que “o contrato, que é válido por 20 anos, cobre a venda de todos os volumes de GNL que serão produzidos a partir da fábrica flutuante de GNL de Coral Sul que terá uma capacidade de produção acima de 3,3 milhões de toneladas de GNL por ano”. 
O documento refere que “o acordo foi já aprovado pelo Governo de Moçambique e é condição para a Decisão Final de Investimento (FID) do projecto que se espera que aconteça ainda dentro de 2016”.
Através deste acordo, os parceiros da Área 4 conseguiram alcançar mais um marco importante para a execução do projecto de desenvolvimento de Coral Sul, em seguimento da aprovação em Fevereiro de 2016, do Plano de Desenvolvimento do projecto.
O director executivo de abastecimento e comercialização da multinacional britânica, Paul Reed, afirma que “a BP tem o prazer de desempenhar um papel fundamental para permitir que Moçambique seja um país exportador de GNL. O acordo vai contribuir para a diversidade do nosso portfólio de gás natural depois do final da década, aumentando ainda mais a nossa capacidade de atender às necessidades de nossos clientes. '
Efectivamente, a garantia da aquisição de toda a produção de gás natural do campo Coral Sul abre o caminho para a ENI tomar a FID, que era aguardada com muita ansiedade. 
Os novos desenvolvimentos também poderão imprimir um maior ímpeto aos esforços da ENI para vender parte da sua participação do projecto em Moçambique a multinacional norte-americana Exxon Mobil. 
Refira-se que a Exxon Mobil está a negociar a aquisição de uma participação no consórcio liderado pela ENI na Área 4 da Bacia do Rovuma, onde a multinacional italiana descobriu mais de 85 triliões de pés cúbicos de gás natural.
Fontes próximas das negociações disseram a agência de notícias Reuters, em Agosto último, que o acordo já foi concluído mas que poderá levar alguns meses para o seu anúncio formal a pedido expresso da Exxon”.
Na semana passada, a Eni foi reportada como estando a realizar contactos junto aos bancos a busca de empréstimos, na ordem de vários biliões de dólares, para financiar o desenvolvimento de um projecto de gás natural na Bacia do Rovuma. 
A Eni confirmou ter mantido encontros com banqueiros em Londres, na penúltima semana de Setembro para o financiamento do projecto do campo de Coral Sul em Moçambique. 
“Está na ordem de bilhões de dólares, disse à agência noticiosa Reuters uma fonte familiarizada com financiamentos, acrescentando que os bancos também estão a procura de garantias de crédito de governos estrangeiros, incluindo a Grã-Bretanha e China.
Os bancos deverão responder no prazo de três a quatro semanas com os termos dos empréstimos que estão dispostos a conceder a Eni, uma das últimas etapas antes de a multinacional italiana tomar a decisão final de investimento do projecto, disseram duas fontes próximas ao acordo.
As reservas de gás natural na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, ascendem a cerca de 85 triliões de pés cúbicos, uma das maiores descobertas registadas na última década.
O gás constitui uma oportunidade ímpar para transformar Moçambique num país de renda média e um dos maiores exportadores mundiais de gás natural liquefeito.
Em 2013, a Eni vendeu 20 por cento da sua licença de Área 4 a CNPC da China pela soma de 4,2 bilhões de dólares, mas, desde então, os preços do petróleo e do gás caíram em mais da metade.
A ENI controla uma participação indirecta de 50 por cento na Área 4, através da sua subsidiária ENI East-África Oriental, que detém 70 por cento da concessão. Os outros 20 por cento pertencem a companhia chinesa CNPC. Os restantes parceiros, com dez por cento cada um, são a Kogas da Coreia, Galp Energia de Portugal, e ENH.
(AIM)