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PR foi honesto

18/12/2015 08:28
PR foi honesto

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, foi honesto na abordagem da situação geral da nação no informe que apresentou, quinta-feira, ao Parlamento, segundo personalidades ouvidas pela reportagem do “Notícias” em Maputo sobre a matéria.

Os nossos entrevistados disseram que o informe do Chefe do Estado foi realístico, abrangente e metódico, reflectindo os problemas do país, o esforço empreendido pelo Governo para resolvê-los durante os 11 meses da vigência do novo ciclo governativo, apontando desafios que ainda devem ser enfrentados e vencidos na gigantesco exercício de busca do bem-estar para os moçambicanos, reafirmando o compromisso que assumiu aquando da sua tomada de posse, sobretudo nas vertentes de manutenção e consolidação da paz e inclusão, e alimentando a esperança de que, a despeito de adversidades, melhores dias virão, num contexto em que todos são chamados a participar.

OLHAR PARA O FUTURO DUM PAÍS PRÓSPERO – aponta Margarida Talapa, chefe da bancada parlamentar da Frelimo

PARA a chefe da bancada parlamentar da Frelimo, Margarida Talapa, o informe prestado pelo Presidente da República ao Parlamento sobre a situação geral da nação foi abrangente, metódico e tocou os corações dos moçambicanos pela maneira humilde como falou e apresentou os problemas encarados.

Talapa disse que ao manifestar insatisfação com a situação geral da nação, o Chefe do Estado fê-lo justamente numa perspectiva de lembrar e convidar os moçambicanos a assumirem que o desenvolvimento do país é tarefa de todos e não exclusiva do seu Governo. No exercício de busca do bem-estar para todos, segundo afirmou, não deve haver culpados pelos insucessos que eventualmente podem ser registados.

“A avaliação que fazemos é excelente. Foi um informe abrangente, metódico, uma informação que tocou a cada moçambicano. Trouxe os problemas reais do país e o Presidente da República disse que nos 11 meses de governação não foi possível trazer os resultados que satisfazem os moçambicanos. Realmente, em 11 meses não é possível trazer resultados por todos desejados. Ele traçou desafios e disse que está disposto a assumir aquilo que prometeu na tomada de posse, com a participação de todos. Se temos problemas, vamos sentar e conversar, mas olhando para o futuro dum Moçambique próspero, para deixarmos um legado para os nossos filhos e netos”, disse.

Margarida Talapa referiu-se ao indulto que o Chefe do Estado concedeu, com efeitos a partir do dia 24 do mês em curso, aos concidadãos cumprindo penas em estabelecimentos penitenciários padecendo de doenças graves e terminais, idosos e jovens que, apesar de terem cometido crimes, cumpriram metade ou quase metade da pena imposta e se mostram reabilitados e estão prontos a regressar ao convívio social. Para a chefe da bancada parlamentar da Frelimo, este gesto do Presidente da República demonstra um grande sentido de humanismo e responsabilidade.

Censurou a atitude demonstrada pela bancada parlamentar da Renamo, cujos deputados abandonaram a sala de sessões da Assembleia da República numa altura em que o Presidente da República, no púlpito, ia iniciar o seu discurso. Para Margarida Talapa, o maior partido da oposição no país perdeu uma grande oportunidade e mostrou ao povo moçambicano a sua falta de seriedade, patriotismo e sentido de Estado.

“Estamos a falar de combate à pobreza, à fome, dos males que enfermam a nossa sociedade. A Renamo participa nesse exercício auto-excluindo-se? A Renamo não está com o povo moçambicano”, disse.

UNIDADE É NECESSÁRIA PARA DESENVOLVER O PAÍS – segundo Deolinda Guezimane

DEOLINDA Guezimane, antiga combatente e ex-secretária-geral da OMM, saudou o informe do Chefe do Estado, considerando-o muito rico e educativo. Na opinião da interlocutora, o Presidente da República falou das acções realizadas pelo Governo e do que está comprometido a realizar em prol do bem-estar dos moçambicanos.

“O informe espelhou a situação real que o país vive. O Presidente da República desafiou-nos sobre o que devemos fazer como um povo para o nosso próprio bem-estar. Todos nós somos chamados a dar a nossa contribuição e para isso a unidade nacional é fundamental. Temos pela frente muitos desafios ainda, Moçambique não é uma ilha no contexto global. O país enfrenta problemas de seca e, considerando que a maior parte da nossa população sobrevive da agricultura, é de antever tempos difíceis se a chuva não cair. Isso demonstra que o desenvolvimento de Moçambique não depende somente dos governantes, mas também de factores climatéricos”, disse.

Destacou a importância da paz e unidade nacional para o desenvolvimento do país e disse que ao longo dos 11 meses de vigência do novo ciclo de governação foram lançados os alicerces para uma descolagem do país para outros patamares de desenvolvimento por todos almejados.

Comunicação encorajante – refere Manuel Tomé

PARA Manuel Tomé, ex-chefe da bancada parlamentar da Frelimo, o informe do Presidente da República foi muito encorajador, uma apresentação sincera sobre a situação do país, na qual abordou diversos aspectos, os avanços conseguidos, o esforço empreendido e manifestou insatisfação porque os resultados ainda não correspondem ao que eram as expectativas.

“Foram apresentadas as razões: um orçamento que foi aprovado cinco meses depois do início do ano, as calamidades, a situação financeira internacional. O informe deixa-nos muitos desafios e é isso que faz um país mover-se. Todos nós devemos aceitar os desafios que ele coloca a cada cidadão. O próprio Presidente deu indicações, precisamos de ter paz, estarmos unidos e cada um tem de fazer a sua parte. Nenhum de nós tem o direito de ficar na expectativa de ver os outros a fazerem as coisas, todos somos responsáveis pelo nosso país”, disse.

Apresentou um país com esperança – disse Dom Dinis Sengulane

O DOM Dinis Sengulane, Bispo Emérito dos Libombos, disse que o informe prestado pelo Chefe do Estado à Assembleia da República foi uma boa radiografia da nação, estando, por isso, de parabéns todos os moçambicanos.

“Apresentou um país com esperança. O Presidente disse que há problemas, mas há esperança. Nós estamos comprometidos com o progresso, estamos comprometidos a melhorar o que não conseguimos”, disse, acrescentando que ficou bastante impressionado com a forma clara e a honestidade com que abordou a situação geral da nação, o que pressagia a certeza de que os moçambicanos vão trilhar um bom caminho.

APONTA CAMINHOS PARA SOLUÇÃO DE ADVERSIDADES – refere Ernesto Gove

PARA Ernesto Gove, Governador do Banco de Moçambique, tratou-se duma comunicação rica, apresentada com humildade e que reconhece a situação prevalecente, apontando ao mesmo tempo o caminho para a solução das adversidades que o país enfrenta nos domínios político e económico.

Disse que, apesar dos desafios que o país tem pela frente, os objectivos estão claros. A mensagem do Chefe do Estado mostrou que há sempre esperança.

Abordagem realística – afirma Abdul Carimo Sau

O SHEIK Abdul Carimo Sau, Presidente da CNE, afirmou que o Chefe do Estado fez uma abordagem realística do estado geral da nação e declarou abertamente que não está satisfeito com a mesma.

“Apontou, porém, desafios e que todos nós devemos trabalhar para a sua superação. O ano de 2015 foi de muitos desafios, muitas dificuldades, mas penso que o próximo será melhor, porque a máquina já está preparada para alcançar melhores resultados”, disse.