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PR diz que riqueza nacional deve beneficiar aos moçambicanos

12/05/2016 13:20
PR diz que riqueza nacional deve beneficiar aos moçambicanos

O Presidente Filipe Nyusi disse hoje, no distrito de Mecula, província nortenha de Niassa, que a riqueza moçambicana deve beneficiar, em primeiro lugar, ao povo e não a oportunistas, independentemente de serem nacionais ou estrangeiros.

O estadista moçambicano, que hoje cumpre o seu último dia da visita presidencial de três dias a Niassa, iniciada segunda-feira da semana em curso, reagia as queixas apresentadas no comício que ele orientou neste ponto do pais, dando conta da ocorrência da exploração ilegal de recursos naturais.
“Não ao garimpo ilegal. Não a exploração ilegal de madeira. Não a caça ilegal. Isso não, não, não”, disse o Presidente Nyusi, apelando para que a população continue a denunciar casos que ferem a exploração racional de recursos naturais.
As populações disseram ao Presidente Nyusi que não estão a beneficiar integralmente dos recursos florestais, faunísticos e minerais devido a exploração ilegal.
Segundo as mesmas denúncias, os praticantes ilegais destas actividades fazem-no em benefício próprio, por isso devem ser combatidos.
No encontro, o Presidente Nyusi disse ter sido informado sobre a ocorrência destes casos durante a visita que efectuou, ainda hoje, a Reserva Nacional do Niassa, defendendo que a exploração dos recursos deve ser feita de forma sustentável.
“Grande parte dos praticantes do garimpo nem são moçambicanos. E, pior ainda, roubam os recursos, sobretudo o ouro, poluindo os rios. Eles vendem esta riqueza fora do país sem beneficiar a população de Mecula, muito menos ao povo moçambicano”, disse o Presidente Nyusi.
Ele anunciou que, no encontro que manteve com os operadores turísticos que trabalham na reserva, instruiu a estes para que prestassem maior atenção ao apoio que devem disponibilizar `as populações nas diferentes áreas, principalmente sociais.
No encontro, as populações queixaram-se do efeito negativo de búfalos que destroem machambas, pedindo, por outro lado, a disponibilização de tractores para o rápido escoamento da produção agrícola que muitas das vezes é devorada por estes animais.
“Colhemos uma experiência interessante que permite mitigar o conflito homem/animal avançada pela Associação dos Naturais de Mecula que explora uma coutada em parceria com estrangeiros: É preciso capitalizar esta iniciativa”, explicou o Presidente Nyusi.
A gestão sustentável dos recursos existentes na reserva, frisou o Presidente, é coisa séria razão pela qual “estamos a trabalhar nos procedimentos a seguir”.
A população de Mecula pediu ainda a construção de hospital de raiz, instituição bancária, estradas, pontes, escola do segundo ciclo, alargamento das redes de energia, água, telefonia móvel, disponibilização de ambulância, entre outras infraestruturas sociais e económicas.
“Antes, Mecula não tinha (por exemplo) energia, estrada, telefonia móvel, mas hoje já tem. Estas são algumas das condições também colocadas pelos donos dos bancos para se estabelecerem em Mecula. Estes exigem que haja maior volume de produção para haver dinheiro”, explicou o Chefe do Estado moçambicano.
“O Governo está a fazer de tudo para convencer os donos dos bancos para se estabelecerem nos distritos”, sublinhou Nyusi, frisando que “não é possível fazer tudo de uma única vez pois o desenvolvimento se faz paulatinamente”.
Esta quinta-feira, o Presidente Nyusi inicia visita presidencial de três dias a província nortenha de Cabo Delgado.