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Operadores e reguladores chamados a alterar chave da internet

19/09/2017 10:49
Operadores e reguladores chamados a alterar chave da internet

Os operadores, provedores e reguladores dos serviços de Internet em vários países poderão, a partir de 11 de Outubro próximo, deparar com dificuldades de acesso à internet, na sequência da alteração, à escala global, das chaves criptografadas que mantêm seguro o Sistema de Nomes de Domínio da Internet (DNS).

A medida, anunciada pela Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN) à margem do recém havido Fórum das Tecnologias de Informação e Comunicação da Organização das Telecomunicações da Commonwealth (CTO), em Maputo, constitui um passo importante para que o DNS global fique seguro e protegido, no quadro do programa iniciado em 2010.

Segundo o vice-presidente da ICANN para a Região Africana, Pierre Dandjinou, é essencial que os provedores de serviços de Internet (ISPs) bem como os operadores de redes do mundo inteiro se certifiquem de estarem preparados para a mudança pois, do contrário, seus usuários não poderão buscar e encontrar os nomes de domínios e, por conseguinte, impedidos de consultar qualquer site.
'Os operadores de redes devem certificar ter o software actualizado, ter o DNSSEC habilitado e, também, ter verificado se seus sistemas podem actualizar suas chaves automaticamente ou se eles têm instalado processos para actualizar manualmente a nova chave até ao dia 11 de Outubro de 2017', explicou Dandjinou.
A alteração ou revisão da chave é, segundo o vice-presidente, um passo muito importante visando garantir que o DNS global fique seguro e protegido, porquanto está muito em consonância com as práticas operacionais comumente aceitas que garante que um edifício de segurança possa apoiar uma senha alterada, se essa necessidade existir.
No entanto, a mudança da chave criptografada não afecta aos utentes comuns, pode causar uma série de embaraços aos utentes porque a não adesão por partes dos operadores, provedores de serviços, significará impossibilidade de acesso a página desejada para diversos fins.
Dandjinou disse, por outro lado, que não haverá nenhum “apagão” na sequência da mudança da chave, até porque a medida que se caminha para a data limite, alguns operadores já embarcaram rumo a actualização, no sentido de garantir a continuidade, chegada a data, de acesso a Internet.
A fonte acrescentou que o exercício não tem custos senão a capacitação do pessoal para actualizar os respectivos “sofware”, através da introdução de pacotes de informática, visando garantir a vigência da medida. A ICANN está preparado para assistir aos interessados, tendo, para o efeito, notificado mais de 170 funcionários de governos nas áreas vocacionadas.
O continente africano tem sido lento na adopção e implementação de plataformas digitais. Porém, para este caso, em particular, o vice-presidente disse que não importa onde a pessoa visada estiver, necessitando, na verdade, de fazer a actualização. O apelo expresso no fórum de Maputo é uma espécie de “chamada para acção”.
A ICANN tem trabalhado com seus parceiros técnicos, como os registos de Internet regionais (RIRs), com grupos de operações de redes e registos e registadores de nomes de domínio, bem como com outros intervenientes do ecossistema da Internet, como a Internet Society e associações comerciais da Internet.
O trabalho visa, na verdade, garantir que todos aqueles que possam estar sujeitos ao impacto da revisão da chave estejam cientes da mudança pendente. A sua missão é contribuir para garantir uma Internet mundial estável, segura e unificada. 
(AIM)