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OMS pede esforços consentâneoa para erradicar tuberculose

27/03/2017 08:05
OMS pede esforços consentâneoa para erradicar tuberculose

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apela aos governos e outras partes interessadas no sentido de trabalharem em estreita colaboração para acabar com o flagelo da tuberculose (TB), doença que continua a ser uma das principais causas de morte no mundo.

Para o efeito, é preciso investir mais nos serviços de saúde e, sobretudo, garantir que as famílias não fiquem empobrecidas por causa do alto custo de tratamentos de doenças infecciosas como a tuberculose. A OMS continuará a prestar apoio aos países no reforço dos sistemas de saúde, visando tornar realidade o objectivo do organismo mundial.
Não obstante a redução, a nível mundial, do número de casos de patologia, a OMS aponta o registo, em 2015, de 10.4 milhões de casos novos e o facto de um terço continuar por diagnosticar e tratar, ou então detectados mas não registados nos programas nacionais de luta contra a tuberculose. 
O facto está contido na mensagem da directora regional para África, Matshidiso Moeti, por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Tuberculose, comemorado sexta-feira sob o lema “Unidos para Pôr Fim à Tuberculose”, com particular incidência em “Não deixar ninguém para trás”, em linha com os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 
Segundo Moeti, cada um em quatro novos casos da doença ocorre em África, que conta também com 16 dos 30 países que têm o fardo mais elevado da tuberculose. 
Cada um em três casos de HIV associado à TB encontra-se na Região Africana, e 81 por cento dos doentes notificados conhece o seu estado serológico. Para agravar esta situação, sete países têm níveis elevados de tuberculose multirresistente aos medicamentos (TB-MR). 
A TB resistente aos medicamentos continua a constituir um sério desafio devido à falta de capacidade laboratorial adequada para a sua detecção, de acesso ao tratamento e à longa duração e custos proibitivos do tratamento. 
Em 2014, os países da Região Africana concordaram em reduzir as mortes por tuberculose em 75 por cento e de novos casos de TB em 50 por cento, até 2025. 
Para se atingir as novas metas, os países e os parceiros precisam de intensificar os esforços para alcançar, tratar e curar todos os doentes com tuberculose, sobretudo as populações mais pobres e mais vulneráveis, que são afectadas de forma desproporcional pela doença e que precisam de atenção especial, e ainda as zonas com falta de acesso aos serviços básicos de saúde. 
Essas populações incluem os migrantes, os refugiados, as minorias étnicas, os mineiros e outras pessoas que trabalham em contextos de risco, os idosos, mulheres marginalizadas e as crianças em muitos contextos. 
Factores como a malnutrição, más condições de habitação e de saneamento, e ainda outros como o consumo de álcool e de tabaco, e a diabetes, aumentam a vulnerabilidade à tuberculose e afectam o acesso aos cuidados. 
Para além disso, o acesso é muitas vezes dificultado pelos custos elevados associados à doença, a falta de procura em cumprir o tratamento e a falta de protecção social, o que resulta num ciclo vicioso de pobreza e de saúde precária.
Desta feita, é preciso unir esforços para alcançar a cobertura universal de saúde, envolver mais do que apenas os ministérios da saúde, através da criação de oportunidades em toda a sociedade – outras instituições governamentais, sociedade civil e comunidades, ONGs e o sector privado - para fazerem parte da luta que visa pôr fim à epidemia da tuberculose.
(AIM)