Imprensa

Nyusi inaugura ponte ferroviária sobre rio Umbeluzi

29/09/2016 07:43
Nyusi inaugura ponte ferroviária sobre rio Umbeluzi

 O Presidente, Filipe Nyusi, inaugurou hoje a ponte ferroviária sobre o rio Umbeluzi, na linha de Goba, em Boane, na província meridional de Maputo. Na ocasião, o estadista mostrou-se satisfeito pela qualidade do empreendimento e apelou aos populares a serem vigilantes e a promoverem o bom uso da infra-estrutura, de modo a contribuírem para a sua longevidade. 

Boane tem a missão, primária, de zelar por esta ponte, tem a nobre tarefa de assegurar que nenhuma travessa, nenhum parafuso, nenhum reflector ou um quilo de balastro sejam retirados desta infra-estrutura ferroviária de valor estratégico”, apelou.
Na entrega da ponte ao povo, operadores e agentes económicos nacionais e estrangeiros, Nyusi disse disporem, agora, de uma infra-estrutura de outro nível, moderna e de qualidade, que vai garantir o transporte de pessoas e bens em condições seguras e em maiores quantidades.
O mais alto magistrado da nação disse entender que a ponte, ora inaugurada, vai ajudar no escoamento de mercadoria e cativar mais tráfego para a linha de Goba. 
No entanto, para que o empreendimento atinja o objectivo para o qual foi concebido, Nyusi disse ser necessária maior produção, que irá permitir a maior mobilização do tráfego.
“É preciso que sobre ela flua o tráfego. E, aí, aconselhamos a serem comercialmente agressivos para a mobilização do tráfego, porque, senão, a ponte não vai ter retorno rapidamente”, aconselhou.
Contudo, o Presidente incentivou ao seu executivo a seguir com esta missão ao longo de todo o território, por entender que um sistema de transporte eficiente, competitivo e orientado ao mercado só se desenvolve com infra-estruturas modernas à altura da demanda do tráfego.
Como exemplo disso, Nyusi referiu como o sistema ferro-portuário foi pressionado com o carvão de Moatize, na província central de Tete, que obrigou a reabilitação e reconstrução da linha de Sena, de Nacala (Nampula, norte) passando por Moatize ou mesmo o Porto de Nacala-à-Velha. Isso porque as quantidades do tráfego assim o exigiam.
À empresa Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), o estadista recomendou, entre outros aspectos, a protecção da obra, observando a questão de manutenção.
Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Victor Gomes, começou por avaliar a ponte como a primeira maior infra-estrutura do género edificada em Moçambique desde a independência nacional, em 1975.
Explicando a fase embrionária que culminou com a construção da ponte, Gomes disse que a empresa viu-se numa situação de opção, entre reabilitar a anterior, com um custo estimado em 520 milhões de meticais (cerca de 6,7 milhões de dólares norte-americanos), e o desafio de construir uma nova, por pouco mais de 588 milhões de meticais.
“Assumimos o risco de construir a nova ponte, por algumas razões. Esta antiga ponte resulta provavelmente da década de 30. Além disso, apresenta a degradação nos seus pilares de reforço […]. A presente ponte tem 362 metros de comprimento, mas ou menos idêntica à anterior. Possui a capacidade de 27 toneladas por eixo, contra as 20 que a anterior comportava. Permitirá a passagem de composições acima de 100 vagões, contra a capacidade máxima de composições de 50 vagões na anterior”, explicou.
Através desta ponte, poderão passar cargas para o Porto de Maputo, como o calcário da zona de Salamanga, estimado em cerca de 600 mil toneladas/ano, o açúcar da Suazilândia, estimado em 300 mil toneladas/ano, além do serviço de transporte de passageiros, assumido como responsabilidade social.
O empreendimento é inaugurado 15 meses após o lançamento da primeira pedra para a sua construção, tendo sido concebido e financiado pelos CFM.
(AIM)