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Nyusi enaltece determinação e coragem dos heróis da revolta de Bárue

29/03/2017 08:45
Nyusi enaltece determinação e coragem dos heróis da revolta de Bárue

O Presidente da República, Filipe Nyusi, exorta aos moçambicanos a homenagear os heróis da Revolta de Báruè, província central de Manica, pela coragem, união, determinação e ousadia que demonstraram para libertar o país do colonialismo português. 

Nyusi diz que, como maneira de homenageá-los, cada um deve dar o seu contributo nas várias frentes, entre as quais a agricultura, educação, saúde, pesca, defesa da pátria e participação na vida política. 
Falando hoje nas celebrações do centenário da Revolta de Báruè, ocorrida a 27 de Março de 2017, que decorreram no distrito com o mesmo nome (outrora Vila Gouveia), o mais alto magistrado da nação explicou, ainda, que homenagear significa solidariedade, reconciliação e convivência pacífica entre os moçambicanos.
A efeméride é comemorada sob o lema “celebramos o centenário da Revolta de Báruè, reforçando a unidade nacional, paz e desenvolvimento de Moçambique” e culminou com a inauguração, pelo estadista, de um monumento em homenagem ao Makombe, dinastia que tornou o povo resistente contra qualquer tipo de manobra de usurpação da sua independência.
“Tal como o povo de Báruè, devemo-nos revoltar contra tudo que nos trás desunião, contra tudo que nos impede de progredir económica e socialmente, e assumirmos as redes da nossa história. Sejamos donos do nosso próprio destino”, disse.
Nyusi frisou que homenagear os heróis de Báruè é uma forma de gratidão e valorização do ideal destes antepassados, que ousaram lutar, sabendo que o faziam contra um exército melhor equipado e que, mesmo assim, nunca vacilaram.
Segundo o Presidente, celebrar esta efeméride é enaltecer um dos mais emblemáticos exemplos de bravura e de valorização da dignidade de um povo oprimido, através de acções de negação e repugnância à humilhação e exploração do homem pelo homem, almejando por uma paz e progresso de Moçambique. “É o ponto mais alto do reconhecimento dos cem anos da história da revolta de um povo”. 
Segundo o Presidente, trata – se de um momento que se afigura como de reflexão sobre o que cada um dos moçambicanos tem feito para a sua pátria.
“Estamos aqui para fazer justiça à nossa própria história. O sossego dos nossos antepassados é ver a todos nós livres. O 25 de Junho de 1975 foi o resultado do nosso querer ser livres e independentes, um ideal iniciado desde os primórdios da tentativa da implantação do sistema colonial português em Moçambique. É o dia da vitória da Revolta de Báruè”, referiu Filipe Nyusi.
A conquista da independência nacional afigura-se, assim, como exemplo de auto superação que o governo tem vindo a estimular aos moçambicanos, para fazer face aos desafios rumo ao desenvolvimento do país. “São os alicerces do fortalecimento da paz, soberania e unidade nacional”. 
O povo de Báruè abrangia as populações dos territórios, hoje, conhecidos como distritos de Báruè, Macossa, Guro, Tambara e parte sul da província central de Tete. 
Segundo reza a história, os ‘Barke’ sublevaram, sob a liderança de Nongwe-Nongwe, a 27 de Março de 1917, contra os abusos do colonialismo portugues. Destaque, na entrada em acção, foi a frente de Tete, que tomou de assalto, no dia seguinte, o posto de Mungari, no distrito de Guro, norte de Manica.
O desejo de reaver a soberania de Báruè, cujo território havia sido entregue à Companhia de Moçambique, foi uma das principais causas. As outras foram o recrutamento compulsivo da mão-de-obra; abusos cometidos pelos sipaios aos trabalhadores; a violação sexual de raparigas virgens cometida pelos sipaios, acto considerado sacrilégio e alta ofensa moral entre os ‘Barke’.
É com esta actividade que o Presidente da República terminou a sua visita de trabalho de dois dias à província de Manica.
No primeiro dia da sua visita, Nyusi inaugurou a Central Hidroeléctrica de Mavuzi, no distrito de Sussundenga; inaugurou o Centro Provincial de Ensino à Distância de Manica (CPEDM), localizado na cidade de Chimoio, a capital provincial, e interagiu com a população.
(AIM)