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Nyusi desafia Vice-Governador do Banco Central a estabilizar economia

04/01/2017 07:12
Nyusi desafia Vice-Governador do Banco Central a estabilizar economia

O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafiou hoje o recém-empossado Vice-Governador do Banco de Moçambique, Victor Pedro Gomes, a envidar esforços com vista a estabilizar a economia do país.

O repto foi lançado em Maputo, minutos após a cerimónia de tomada de posse de Victor Gomes. Na mesma cerimónia, também tomaram posse os Vice-Reitores da Universidade Eduardo Mondlane, Armindo Daniel Tiago e Amália Alexandre Uamusse, bem como da Universidade Lúrio Sónia Maria Ataíde Maciel e Marcelino Marta Liphola. 
“Esperamos do Banco de Moçambique acções concretas que permitam a reposição da estabilidade macroeconómica”, disse o Presidente da República dirigindo-se a Victor Gomes, que foi nomeado para ocupar o cargo nos finais de Dezembro de 2016.
Durante a sua intervenção, Nyusi reconheceu que a nomeação do Vice-Governador surge numa altura em que o país atravessa uma fase “bastante delicada”.
“A dimensão dos desafios que enfrentamos é enorme especialmente no que respeita a gestão macro-económica”, disse o mais alto magistrado da nação, para de seguida acrescentar “o ano 2017 reserva-nos enormes desafios, como sabemos. Mas para tal necessitamos de total entrega de todos nas suas áreas.”
Nos últimos dois anos, explicou Nyusi, o país tem vindo a ser confrontado com choques internos e externo que colocam a prova a capacidade de resiliência e de superar barreiras dos moçambicanos. 
Aliás, a presente situação exige das autoridades moçambicanas, incluindo do Banco de Moçambique, a tomada de medidas corajosas repor a estabilidade da economia, bem como a criação de condições para que o país volte ao mercado internacional, para obter os recursos necessários à materialização das acções prioritárias constantes do programa de governação.
Por isso, disse o Chefe de Estado, “esperamos do Banco de Moçambique acções concretas que permitam a reposição da estabilidade macroeconómica, sem descurar a estabilidade e solidez das instituições financeiras que operam no país, através do reforço das medidas de regulamentação e da própria supervisão das instituições bancárias”.
Dirigindo-se aos Vice-Reitores, Nyusi destacou a necessidade de se introduzirem mudanças profundas no ensino superior de forma torná-lo mais dinâmico e produtivo.
Estas mudanças surgem devido ao desfasamento que, actualmente, se verifica no ensino superior, onde o binómio quantidade e qualidade ainda não se compensam.
“É preciso imprimir mudanças que concorram para a melhoria da ascensão de modo a viabilizar o crescimento do conhecimento qualitativo e quantitativo das nossas instituições de ensino superior”, disse. 
Disse ainda que cada instituição ensino superior no país deve definir o seu papel e a sua contribuição no processo de desenvolvimento de Moçambique.
O estadista moçambicano fez questão de vincar que após 41 anos depois da independência nacional, Moçambique não pode continuar a depender de consultores externos nas áreas científicas e tecnológicas.
Por isso, recomendou aos recém-empossados “a consolidarem, nas respectivas Instituições, as acções inerentes ao Ensino, Investigação e Extensão, focalizando a Agricultura, Energia, Infra-estruturas e Turismo, sectores da nossa economia definidos como prioritários durante o quinquénio”.
(AIM)