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Nyusi desafia UEM a constituir-se em laboratório de desenvolvimento

24/06/2016 13:11
Nyusi desafia UEM a constituir-se em laboratório de desenvolvimento

O Presidente da República, Filipe Nyusi, desfia a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, a constituir-se como um laboratório capaz de influenciar os

processos de desenvolvimento tanto socioeconómico quanto humano, aspectos de extrema importância para os concidadãos.
Segundo o estadista moçambicano, é muito importante que a construção da universidade seja baseada nas ambições e preocupações dos moçambicanos devendo, por conseguinte, passar a ser mais do que um estabelecimento de ensino e transformar-se em verdadeiro laboratório para resolver os problemas do país, através da discussão das respectivas soluções.
Nyusi lançou o desafio no termo da sua primeira visita efectuada hoje as várias faculdades da Universidade Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, em resposta ao convite endereçado pela respectiva reitoria para partilhar os resultados alcançados nos mais de 50 anos de existência e ao serviço da formação académica.
Além de visitar as instalações de várias faculdades, onde enalteceu o crescimento quantitativo mas deixou claro o seu descontentamento em relação a parte qualitativa de algumas obras, muito em particular na Faculdade de Engenharia, onde estudou, cujas instalações, segundo o Presidente, estão “ensardinhadas” talvez por falta de espaço para o efeito.
Todavia, saiu satisfeito com os detalhes fornecidos sobre os vários trabalhos de pesquisa nas faculdades de engenharia e veterinária, cujos resultados serão de extrema importância para reduzir e, quiçá, eliminar alguns dos problemas que o país enfrenta, nos domínios da nutrição, agro-pecuária, construção civil, entre outras.
“A Faculdade de Veterinária onde íamos jogar futebol não cresceu muito e as infra-estruturas estão cansadas, talvez por causa do próprio espaço. No interior, as coisas existem e funcionam mas no exterior as coisas desanimam um bocado, mas vimos as infra-estruturas e o problema não é só vosso”, explicou o Presidente.
No entanto, o seu desejo é ver a universidade mais orientada para a investigação, através da promoção programas que podem resolver os problemas do país. 
O país precisa de comida e energia (abundante e de qualidade), habitação condigna. Verifica-se, nos últimos anos, a substituição das casas cobertas de capim, aquelas que eram facilmente derrubadas pelo vento, problemas de estradas (primárias, secundarias e terciárias), falta de água, saúde. 
A questão subnutrição, criminalidade são aspectos que desaguam na ausência de paz efectiva e provocam, por outro lado, a subida do custo de vida. A cadeia complexa de problemas gera a injustiça social, porque o que o país oferece é ainda insuficiente. 
Porém, o estabelecimento de ensino que, segundo o Presidente, figura no mapa universal das academias está muito avançado a avaliar pelos cursos ora ministrados, o tipo de investigação mais será o contacto com as comunidades que além de transformar tornará a universidade genuinamente moçambicana.
Na óptica do Chefe do Estado, não há problema que a UEM não possa resolver, porquanto os médicos, agrónomos, governantes (acima de 65 por cento dos quadros do seu governo) saíram da mais antiga universidade do país. 
“O que falta para Moçambique é gradualmente e com grande velocidade sair dos problemas que enfrenta”, disse o Presidente, apontando, no entanto, que parte dos problemas são até agravados pelas dívidas malfeitas, mas a universidade não deve colocar-se na posição de mero espectador.
Nyusi, que usou um recurso metafórico para explicitar o seu pensamento, disse que “muitas vezes ficamos como espectadores, aqueles que jogam muito bem na bancada, mas no dia em que decidimos chamar essas pessoas para ficar pontas de lança as coisas ficam bem diferentes”. 
Ainda na UEM, estabelecimento de ensino com uma comunidade académica calculada em 39 mil quadros (entre estudantes, docentes com vários graus académicos), Nyusi também inaugurou a clínica universitária e o novo complexo pedagógico.